O esclarecimento vem sendo apregoado, principalmente desde o renascimento, como a principal ferramenta por meio da qual a humanidade construiria meios de alcançar os principais objetivos humanos, quais sejam, a felicidade e a paz. Contudo, modernamente se verifica que as promessas de redenção e humanização, não foram cumpridas, e até, que, ao contrário disso, os recursos da razão serviram a projetos de reificação do homem e de suas relações. Dessa forma, dá-se a eliminação do sujeito, que passa a se comportar como pária de uma época administrada espiritualmente. Os avanços da técnica, que se proliferam e se propagam socialmente, principalmente a partir do século XX, formatam novas formas de dominação cultural, econômica e política, homogeneizando as formas de pensar e agir e sabotando as alternativas de intervenções sociais, alternando o campo identitário, que se modifica sob o jugo das desterritorializações promovidas com o auspício das TICs. Discutiremos a necessidade de reforço da Memória, com Walter Benjamim; o lugar da ciência e o sentido de progresso no trânsito entre o moderno e o pós-moderno, com Adorno e Morin; as mudanças identitárias, com Hall e Bauman, e finalizaremos, com um chamado para um olhar comprometido com as mudanças do tecido social, tecido por Boaventura Santos. O artigo pretende ser, assim, um diagnóstico do tempo de transição entre o moderno e o pós-moderno, centrado nos temas do progresso, memória e identidade.