A atuação profissional nos distúrbios alimentares pediátricos é interdisciplinar e depende, majoritariamente, da adesão ativa dos responsáveis para o enfrentamento de tais dificuldades. Dessa forma, intervenções diretas e indiretas fazem-se necessárias para tal intento, sendo a orientação familiar uma das possibilidades de ação indireta. O objetivo do presente capítulo foi descrever um programa de orientação a pais com foco na seletividade alimentar de crianças com transtorno do espectro autista. Para tanto, seis encontros periódicos, com uma hora de duração, organizados em pequenos grupos, foram delineados a fim de propiciar maiores conhecimentos, reflexões e possibilidades de mudanças atitudinais dos responsáveis por crianças com TEA e seletividade alimentar. Os resultados evidenciaram a necessidade dos envolvidos em compartilhar experiências, sentimentos, sucessos e insucessos, revelando a importância de sua manutenção para o sucesso terapêutico de seus filhos. Pode-se concluir que o Programa permitiu ampliar a percepção de pertencimento dos participantes às terapias fonoaudiológicas de seus filhos, além de poder ser considerado como um recurso socioafetivo e de identificação de objetivos comuns entre os participantes.