PROFISSIONAIS DE SAÚDE ENQUANTO VÍTIMAS DA VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA
Com o processo de hospitalização do parto a mulher foi perdendo sua autonomia nesse processo e a prática médica assumiu o papel principal. Surgindo, dessa forma, o termo violência obstétrica, originalmente tipificado na Venezuela em 2007, referente aos atos violentos exercidos no período gravídico puerperal. O objetivo deste estudo foi analisar a percepção das profissionais de saúde enquanto vítimas da violência obstétrica. Trata-se do recorte de uma pesquisa qualitativa, exploratória e de caráter descritivo nas duas Maternidades do município de Arapiraca-AL, vinculadas a estratégia Rede Cegonha. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Alagoas, segundo o parecer N° 1.350.370. A coleta de dados foi realizada com 24 profissionais de saúde (entre enfermeiras, fisioterapeutas e assistentes sociais), no período de dezembro de 2015 a fevereiro de 2016. Mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, baseada em um roteiro de entrevista semi-estruturada. Para a análise dos dados, foi realizada a técnica de análise de conteúdo de Bardin. As profissionais de saúde relataram ter sofrido algum maltrato durante seus partos, citado por elas e cometidas, principalmente, pelo médico. Algumas profissionais relataram que seus partos aconteceram daquela forma porque não tinham o entendimento que tem atualmente. Mediante o que foi apresentado, a violência obstétrica perpassa todos as categorias profissionais de saúde. Profissionais essas que estão envolvidas diretamente no atendimento e cuidado nesse período gravídico-puerperal. Ademais foi notório também que o desconhecimento sobre o tema contribuiu para aceitação de tais atos em suas gestações. Portanto, para mudar esse cenário torna-se necessário o uso de boas práticas obstétricas, um cuidado humanizado, baseado em evidências científicas, e ainda sustentada na vivência da violência obstétrica pelas profissionais de saúde, buscando compreender as individualidades de cada paciente.
PROFISSIONAIS DE SAÚDE ENQUANTO VÍTIMAS DA VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA
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DOI: 10.22533/at.ed.9592316018
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Palavras-chave: Obstetrícia; Violência contra a mulher; Pessoal da saúde; Enfermagem
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Keywords: Obstetrics; Violence against women; Health personnel; Nursing
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Abstract:
With the process of hospitalization of childbirth, the woman gradually lost her autonomy in this process and medical practice assumed the main role. This gave rise to the term obstetric violence, originally typified in Venezuela in 2007, referring to violent acts carried out in the puerperal pregnancy period. The objective of this study was to analyze the perception of health professionals as victims of obstetric violence. This is an excerpt from a qualitative, exploratory and descriptive research in two Maternities in the municipality of Arapiraca-AL, linked to the Rede Cegonha strategy. The project was approved by the Research Ethics Committee of the Federal University of Alagoas, under opinion No. 1.350.370. Data collection was carried out with 24 health professionals (including nurses, physiotherapists and social workers), from December 2015 to February 2016. Upon signing the Free and Informed Consent Form, based on a semi-structured interview script. structured. For data analysis, Bardin's content analysis technique was performed. The health professionals reported having suffered some form of abuse during their deliveries, cited by them and committed mainly by the doctor. Some professionals reported that their deliveries happened that way because they did not have the understanding they currently have. Based on what was presented, obstetric violence permeates all health professional categories. Professionals who are directly involved in the service and care in this pregnancy-puerperal period. In addition, it was also clear that the lack of knowledge on the subject contributed to the acceptance of such acts in their pregnancies. Therefore, to change this scenario, it is necessary to use good obstetric practices, humanized care, based on scientific evidence, and also supported by the experience of obstetric violence by health professionals, seeking to understand the individualities of each patient.
- Thamyres Queiroz de Lima
- Nirliane Ribeiro Barbosa
- Luciana de Amorim Barros