O presente artigo aborda as interações entre o conhecimento, aprendizagem e o jogo protagonizado de papéis, sob a perspectiva da teoria histórico-cultural de autores como David Elkonin, Lev Vigotski e Aleksei Leontiev. O objetivo é discutir as possibilidades e limites da organização e intervenção do educador nesse contexto lúdico, considerando o impacto no desenvolvimento infantil. A teoria histórico-cultural enfatiza o papel das atividades mediadas e da interação social no processo de aprendizagem e desenvolvimento da personalidade. O jogo protagonizado surge como uma atividade central na vida da criança, permitindo-lhe explorar diferentes papéis sociais, desenvolver habilidades cognitivas e emocionais, e assimilar conhecimentos de forma lúdica. Nesta atividade, o educador desempenha um papel fundamental ao participar como mediador. A intervenção adequada pode enriquecer a experiência das crianças, estimulando reflexão, resolução de problemas e promovendo um ambiente propício para a aprendizagem e assimilação de conhecimentos, ainda que estes últimos estejam em segundo plano na atividade do jogo de papéis. No entanto, é crucial que o educador respeite a atividade pessoal da criança durante o jogo, evitando intervenções que possam prejudicar o desenvolvimento psicológico importante para ela naquele momento. Proporcionar um espaço seguro e desenvolvimental é essencial para a exploração criativa e imaginativa das crianças. Ao finalizar o artigo, enfatizamos a importância de uma intervenção educativa que considere e respeite os espaços e vivencias do jogo protagonizado como uma atividade intrinsecamente afetivo- emocional e significativa para a criança.