POBREZA: percepções estéticas, políticas, religiosas e econômicas do ser e ter
O conceito de pobreza e sua ‘evolução’ revela aquilo que as sociedades produzem em seu interior. O ato de pensar a pobreza poderia nos cobrar a produção de alguns retalhos sobre como nos relacionamos com este conceito que geralmente está longe, seja porque ela é algo que pertence ao outro, seja porque os retalhos nos roubam a capacidade de pensá-la como um todo coeso. Assim, a pobreza estética, a pobreza econômica, a pobreza política e a pobreza social nos dividem e nos opõem dentro de um contexto de pobreza generalizada, sem conteúdo, sem episteme, sem ética. Este conceito se robustece quando o cristianismo o eleva à categoria de ‘graça’, já que, quem o detém, estaria mais próximo da vida eterna, da salvação. A reflexão aqui proposta quer tomar a pobreza, não no seu conceito grego de desgraça esperançosa, mas como forma de entender a ‘falta’ como deficiência, como exclusão, como condenação acerca daquilo que não temos, mas, que almejamos, embora não se construam as condições para tal.
POBREZA: percepções estéticas, políticas, religiosas e econômicas do ser e ter
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DOI: 10.22533/at.ed.12820270710
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Palavras-chave: pobreza, estetica, arte, filosofia
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Keywords: poverty, esthetics, art, philosophy
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Abstract:
The concept of poverty and its 'evolution' reveals what societies produce within them. The act of thinking poverty could charge us with the production of some flaps about how we relate to this concept that is usually far away, either because it is something that belongs to the other, or because the flaps rob us of the ability to think of it as a cohesive whole. Thus, aesthetic poverty, economic poverty, political poverty and social poverty divide us and oppose us within a context of widespread poverty, without content, without episteme, without ethics. This concept is strengthened when Christianity elevates it to the category of 'grace', since whoever holds it would be closer to eternal life, to salvation. The reflection proposed here wants to take poverty, not in its Greek concept of hopeful doom, but as a way of understanding 'lack' as a disability, as exclusion, as a condemnation of what we do not have, but that we aim for, although the conditions for it are not built.
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Número de páginas: 20
- ELISEU RISCAROLI