Nas cidades brasileiras é comum que a coleta seletiva, separação e reciclagem de materiais sejam realizadas, informalmente, pelos catadores autônomos, ou de forma organizada, por meio de associações e cooperativas de catadores. Com o objetivo de conhecer o perfil socioeconômico e as condições de trabalhos dos catadores das duas unidades de triagem de resíduos sólidos urbanos do município de Joaçaba-SC, foram realizadas visitas, registro fotográfico e entrevista com os catadores e responsáveis pelas unidades de triagem. Foram obtidas informações sobre a infraestrutura utilizada, processos realizados e função dos indivíduos nas unidades de triagem e a situação socioeconômica dos catadores. Os dados obtidos mostram que os homens são maioria nesta atividade; na Unidade A, 60% têm ensino fundamental ou médio incompleto, enquanto na Unidade B, apenas 40%. Nas duas unidades, 60% dos entrevistados são casados e suas rendas familiares variam de R$ 800,00 a R$ 3000,00, sendo que 60% dos catadores da Unidade A recebem bolsa família e apenas 20% dos catadores da Unidade B recebem o benefício. Na unidade B, 40% dos catadores afirmaram realizar essa atividade desde a infância. Nas duas unidades a separação dos resíduos é realizada de forma manual, sem a utilização de esteiras ou mesas, equipamento de proteção individual (EPIs) inadequados ou inexistentes. Os resultados indicam que há necessidade de melhorar as condições de trabalho dos catadores, com maior participação da prefeitura municipal nas associações, garantindo qualidade e valorização do trabalho dos catadores e segurança ambiental para o município.