PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE INTERNAÇÕES POR TRANSTORNOS MENTAIS E COMPORTAMENTAIS NO ESTADO DE ALAGOAS, BRASIL
Com a Lei da Reforma Psiquiátrica regulamentada em 2001 e consecutivamente o nascimento da RAPS em 2011, foi estabelecido a proteção de direitos, a normatização dos cuidados e a atenção integral aos usuários em estado de sofrimento psíquico e/ou transtorno mental, e com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas. Os serviços de internações hospitalares caracterizam-se como “portas de entrada” na urgência e emergência visando atender aos usuários em crise, como forma de contenção deste momento, estabelecendo estratégias de tratamento e direcionando o caso na RAPS. O presente estudo tem por objetivo investigar o perfil de internações hospitalares por transtornos mentais e comportamentais no estado de Alagoas – Brasil. Trata-se de um estudo epidemiológico quantitativo, observacional do tipo descritivo, cuja coleta de dados ocorreu no “Sistema de Internação Hospitalar” do SUS na plataforma TABNET/DATASUS. Os critérios de inclusão utilizados foram: o capítulo do CID-10: “V - Transtornos mentais e comportamentais”, regiões de saúde, lista de morbidades, faixa-etária, sexo, cor/raça, regime da internação, anos, taxa de mortalidade e óbitos, tendo como recorte temporal o período de 2010 a 2020. Na análise foram registrados 48.729 casos de internações por transtornos mentais e comportamentais nesse período, destacando-se o ano de 2011 com a maior incidência de internações e um alto registro na “1ª Região de Saúde”. Entre as morbidades, os transtornos relacionados a “esquizofrenia, transtornos esquizotípicos e delirantes” demonstraram elevadas incidências de internações, com a maior frequência em indivíduos do sexo masculino, de cor/raça parda, com faixa-etária entre 30 a 39 anos. A maior frequência de internações se deu na rede privada e com média de permanência geral de 79,6 dias na categoria “retardo mental”. Dessa forma, este estudo apresentou altos índices de internações hospitalares por transtornos mentais e comportamentais, elencando problemáticas acerca das práticas em saúde mental.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE INTERNAÇÕES POR TRANSTORNOS MENTAIS E COMPORTAMENTAIS NO ESTADO DE ALAGOAS, BRASIL
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DOI: 10.22533/at.ed.56722081213
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Palavras-chave: Transtornos mentais. Transtornos psicológicos. Comportamentos. Internações hospitalares
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Keywords: Mental disorders. Psychological disorders. Behaviors. Hospital admissions.
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Abstract:
With the Psychiatric Reform Law regulated in 2001 and the subsequent birth of the RAPS in 2011, the protection of rights, the standardization of care and comprehensive care for users in a state of psychic suffering and/or mental disorder, and with resulting needs, were established. of alcohol and other drug use. Hospital admission services are characterized as "entry doors" in urgency and emergency aiming to meet users in crisis, as a way of containing this moment, establishing treatment strategies and directing the case in the RAPS. The present study aims to investigate the profile of hospital admissions for mental and behavioral disorders in the state of Alagoas - Brazil. This is a descriptive, observational, quantitative epidemiological study, whose data collection took place in the “Hospital Hospitalization System” of the SUS on the TABNET/DATASUS platform. The inclusion criteria used were: the ICD-10 chapter: "V - Mental and behavioral disorders", health regions, list of morbidities, age group, sex, color/race, hospitalization regime, years, mortality rate and deaths, having as a time frame the period from 2010 to 2020. In the analysis, 48,729 cases of hospitalizations for mental and behavioral disorders were recorded in this period, highlighting the year 2011 with the highest incidence of hospitalizations and a high record in the "1st Health Region”. Among the morbidities, disorders related to “schizophrenia, schizotypal and delusional disorders” showed high incidences of hospitalizations, with the highest frequency in male individuals, of mixed race/race, aged between 30 and 39 years. The highest frequency of hospitalizations occurred in the private network and with an average overall stay of 79.6 days in the “mental retardation” category. Thus, this study showed high rates of hospital admissions for mental and behavioral disorders, listing problems about mental health practices.
- Maxsuel Oliveira de Souza
- Mariama Augusto Furtado