Introdução: Os produtos farmacêuticos continuaram a ser uma prioridade para os
órgãos governamentais, tanto a nível nacional como internacional, contribuindo para
um aumento significativo do custo global da saúde. Objetivo: Descrever o
desperdício de medicamentos e seu custo para um sistema público de saúde que
fornece medicamentos gratuitamente. Métodos: Analisamos coletas permanentes
de caixas de doação de medicamentos localizadas em unidades públicas de saúde
de Santa Maria, Brasil, durante 12 meses, a partir de setembro de 2017.
Descrevemos quantidade de medicamentos, substância química, classificação do
medicamento e se o medicamento estava vencido, sem uso, uma sobra ou uma
amostra. O custo do desperdício foi estimado. Resultados: Foram coletados 80,16
quilos de medicamentos, que incluíram 390 substâncias químicas. Em média, 69,6%
dos medicamentos estavam vencidos e, portanto, desperdiçados. Mais da metade
dos medicamentos (53,3%) não foi utilizada. Os medicamentos prescritos para
doenças crônicas representaram 60,4% do desperdício. A maioria dos
medicamentos estava relacionada ao sistema nervoso, trato alimentar e
metabolismo e sistema cardiovascular. O custo total do medicamento desperdiçado
foi de R$ 3.286,94 (US$ 878,86). Conclusão: Para reduzir a não adesão terapêutica
e a quantidade de medicamentos desperdiçados, além de políticas que forneçam
medicamentos essenciais gratuitos, é imperativo promover o uso racional de
medicamentos por meio de uma melhor assistência médica e farmacêutica.