No Brasil a Enfermagem é exercida por três categorias: o enfermeiro, o técnico e o auxiliar de enfermagem e cada uma dessas categorias tem um processo de formação próprio. No entanto, a literatura é escassa acerca das especificidades do trabalho dos estudantes de nível médio de enfermagem, no qual estão incluídos os técnicos 1 . A educação profissionalizante em Enfermagem foi oficializada, inicialmente, na década de 40, passando por modificações nas indicações legais, do campo da educação, nas décadas de 60, 70 e 90, encontrando-se hoje basicamente norteada pela LDB9394/96, pelo Decreto 5154/04, pelo Parecer CEB 16/99 e pelas Diretrizes Curriculares para a Educação Profissional no Brasil - Resolução CEB 4/99. Ao longo do tempo, esse nível de formação vem 1 articulando-se sempre ao contexto político-social e econômico de cada momento histórico, o que inclui as políticas de saúde vigentes 2,3 . Discutir acerca da formação dos auxiliares e técnicos de enfermagem é relevante, considerando que esses profissionais representam o maior contingente de trabalhadores responsáveis pelo cuidado em saúde. O perfil do estudante ainda não é uma preocupação primordial dentro do ambiente escolar, especialmente na área de enfermagem. Poucas são as instituições que realizam estudos que busquem conhecer seu público-alvo. O objetivo dessa pesquisa é descrever o perfil dos estudantes do curso técnicos de enfermagem de uma instituição federal de ensino do Rio Grande do Sul, além de proporcionar ampliação dos conhecimentos sobre o perfil dos estudantes do curso técnico em enfermagem. Foi uma pesquisa com abordagem qualitativa e descritiva, realizada em um curso técnico em enfermagem de uma instituição federal de ensino. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas e a análise dos dados foi mediante análise do conteúdo das falas dos sujeitos. Foram respeitadas as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa com seres humanos, da Resolução 466/ 12 do Conselho Nacional de Saúde. A pesquisa mostrou que a tríplice jornada, ou seja oito horas de trabalho diárias, trabalho no lar e mais quatro horas de estudo a noite, não é tarefa fácil, mas a empregabilidade e retorno financeiro tornam os cursos técnicos cada vez mais procurados. No entanto, o momento da conclusão do curso técnico de enfermagem, é um momento de grande expectativas pelos formandos e familiares, pois está próximo a inserção no mercado de trabalho. Para isso, é necessário compreender as dificuldades apontadas pelos alunos, pois pode contribuir para que os professores entendam melhor o público ao qual destinam suas aulas e ensinamentos.