Introdução: Com o início da medicalização da saúde a partir do século XVIII, ocorreram muitas mudanças na saúde, inclusive no parto. A mudança da visão do parto com parteiras, onde a mulher era o sujeito desse momento, para um ambiente médico-hospitalar, trouxe várias mudanças para a forma de nascer (Vendrúscolo; Kruel, 2015). Uma crescente taxa de cesarianas tem sido vivenciada por mulheres no mundo todo, inclusive no Brasil (Algarves; Filho, 2019). A Classificação de Robson, recomendada pela OMS em 2015, tem o objetivo de monitorar, avaliar e comparar as taxas de cesarianas no mundo inteiro para trazer uma visão geral do perfil das gestantes. Objetivo: Avaliar o perfil das gestantes atendidas no Distrito Federal (DF), com base na Classificação de Robson. Metodologia: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, analítico, longitudinal, retrospectivo de natureza quantitativa, realizado através de dados secundários do banco de dados do DATASUS dos tipos de partos no período de 2017 a 2021, no DF. Resultados: No período do estudo foram registrados 273.454 nascimentos no DF, sendo 131.311 partos vaginais (48%) e 142.065 cesarianas (52%). Considerando as cesáreas, o estudo evidenciou uma maior frequência entre o grupo de 25 a 39 anos, brancas e pardas, com 12 anos e mais de escolaridade e casadas. Em relação ao perfil obstétrico a duração da gestação foi entre 37 à 41 semanas, realizando 7 ou mais consultas e com adequação quantitativa do pré-natal mais do que adequada. Os grupos de Robson com maiores taxas para os partos cesáreos foram os grupos 5, 2 e 1, respectivamente. Em relação ao parto normal, houve uma maioria entre o grupo de 15 a 29 anos, pardas e pretas, com 8 a 11 anos de escolaridade e solteiras, quanto ao perfil obstétrico a duração da gestação foi entre 37 á 41 semanas, realizando 7 ou mais consultas e com e com adequação quantitativa do pré-natal mais do que adequada. Os grupos de Robson com maiores contribuições para este tipo de parto foram os grupos 3, 1 e 10, respectivamente. Conclusão: Frente aos achados encontrados, podemos afirmar que a maioria da população estudada é elegível para o parto normal conforme seu perfil obstétrico pela classificação de Robson, sendo imprescindível profissionais capacitados e condições adequadas para que isso ocorra.