Percepções e atitudes de cirurgiões-dentistas frente à violência infantojuvenil
Introdução: A violência infantojuvenil é uma problemática de Saúde Pública mundial
de difícil resolutividade e um desafio para profissionais e gestores. Dentro dessa
perspectiva, o cirurgião-dentista encontra-se em uma posição favorável para
identificação de maus tratos, uma vez que sinais suspeitos podem ser verificados
durante o exame físico e clínico de rotina. Por isso, durante as consultas odontológicas,
esse profissional deve estar atento a sinais físicos na região de cabeça e pescoço, como
também em outras partes do corpo, além de mudanças comportamentais sugestivos de
violência psicológica. Objetivo: avaliar o conhecimento, conduta e obstáculos
encontrados por cirurgiões-dentistas, atuantes em Unidades de Saúde, Centros de
Especialidades e Hospitais do Estado da Bahia, frente a casos suspeitos de maus-tratos
infantojuvenis. Métodos: Trata-se de um estudo de caráter descritivo, transversal e
quantitativo, realizado por meio de uma pesquisa com profissionais cirurgiões-dentistas
do serviço público atuantes na atenção primária, secundária e terciária em municípios da
Bahia no ano de 2023. Foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade
Estadual do Sudoeste da Bahia -UESB, parecer nº 4.304.631 (CAAE nº
35822820.3.0000.0055). Para a coleta de dados, foi disponibilizado um questionário
eletrônico via plataforma Google Forms. Os dados foram organizados em uma planilha
do programa Microsoft Excel e posteriormente analisados por meio de uma análise
descritiva dos dados. Resultados: participaram da pesquisa 50 cirurgiões-dentistas,
sendo a maioria do sexo feminino (74%). Quanto ao conhecimento a respeito dos tipos
de violência, 98% afirmaram conhecer. Já no que tange à identificação, 60% não se
consideraram capazes de identificar. Quando questionados sobre ter suspeitado de
algum caso de violência em sua vivência clínica, 44% afirmaram que sim, constituindo
negligência e abandono (33,3%), violência física (27,8%) e violência psicológica
(24,1%). Com relação à violência física, os principais sinais evidentes identificados
foram hematomas (32,6%), fraturas dentárias (11,6%) e edemas (11,6%). Quanto ao
conhecimento da ficha de notificação disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde
(SUS), 74% afirmaram não conhecer. A respeito do medo e receio da notificação, 25%
afirmaram ter. 74% dos participantes afirmaram não possuir capacitação técnica para
identificar casos suspeitos e 98% relataram sobre a importância de capacitação sobre o
tema. Conclusão/considerações: apesar do conhecimento teórico sobre a violência
infantojuvenil, os cirurgiões-dentistas enfrentam dificuldades na identificação e
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notificação de casos suspeitos devido à falta de familiaridade com ferramentas de
notificação e ao medo de represálias. Também, constatou-se que a capacitação técnica
específica para identificação de maus-tratos ainda é uma lacuna a ser trabalhada. Por
isso, investir em educação permanente e criar um ambiente seguro para notificações são
essenciais para melhorar a atuação desses profissionais frente aos maus-tratos contra
crianças e adolescentes.
Percepções e atitudes de cirurgiões-dentistas frente à violência infantojuvenil
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DOI: https://doi.org/10.22533/at.ed.7592422114
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Palavras-chave: Violência Infantil; Abuso sexual na Infância; Experiências de abuso
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Keywords: -
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Abstract: Objective: descrever aqui o objetivo do estudo. Methods: descrever brevemente a metodologia do estudo . Results: descrever resumidamente os principais resultados . Conclusion: descrever a conclusão.
- Antônio do Carmo Moreira Neto
- Carlos Henrique Silva
- Deborah Evelyn Ribeiro dos Santos
- Rayana Rocha Ramos
- Beatriz Costa Rocha
- Ricardo Alves de Souza
- Francisco Xavier Paranhos Coêlho Simões
- Nilton Cesar Nogueira dos Santos
- Noemi Vieira de Freitas Rios
- Murilo Costa Rangel Pinheiro
- Matheus Melo Pithon
- Lívia Maria Andrade de Freitas