Introdução: A Organização Mundial da Saúde define a violência no trabalho como a combinação de vários fatores, condições, organização do trabalho e interação do trabalhador com agressor. Para a Organização Internacional do Trabalho, a violência no âmbito laboral é um incidente que envolve agressões físicas e psicológicas, abusos, insultos, ameaças ou ataques em ambiente de trabalho, comprometendo a segurança, o bem-estar e a saúde do colaborador. O assédio moral é uma forma de violência. Os profissionais de enfermagem são apontados como a classe com maior vulnerabilidade a sofrer episódios de violência no ambiente de trabalho, na área da saúde. Objetivo geral: Identidicar percepções de profissionais de enfermagem sobre situações de assédio moral no ambiente hospitalar. Métodos: Trata-se de uma pesquisa descritiva de abordagem qualitativa e quantitativa, realizada em um hospital localizado em um município ao noroeste do Rio Grande do Sul no segundo semestre de 2024. Participaram 14 profissionais de enfermagem atuantes em um hospital de pequeno porte no interior do Estado do Rio Grande do Sul, nos turnos da manhã, tarde ou noite. Os dados foram coletados com a utilização de um questionário e parte do Survey Questionnaire Workplace Violence in the Health Sector, traduzido e adaptado para a língua portuguesa, que mensura questões relacionadas ao assédio moral. Os dados qualitativos foram analisados pelo método de análise de conteúdo e os dados quantitativos por análise estatística descritiva. A pesquisa respeitou os preceitos éticos da Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde e foi aprovado pelo comitê de ética e pesquisa da Universidade. Resultados: Participaram da pesquisa 14 entrevistados, 71,42% (n=10) do sexo feminino e 64,28% (n=9) técnicos em enfermagem. Os participantes demonstram que não há conformidade em relação à existência de procedimentos formais para o relato de violência no local de trabalho. Quanto ao incentivo para relatar episódios de violência, a maioria 57,14%, (n=8) afirmou que não há estímulo, para os que relataram estímulo 42,85% (n=6) esse apoio veio de colegas de trabalho 66,66% (n=4). No período de 12 meses, 71,42% (n=10) dos entrevistados relataram ter sido vítimas de intimidação, humilhação, desqualificação ou desmoralização e que os agressores foram colegas de trabalho 60% (n=6). Considerações finais: Afirma-se que a pesquisa possibilitou apreender percepções de profissionais de enfermagem sobre situações de assédio moral no ambiente hospitalar. Os resultados são preocupantes e apontam para um cenário que requer intervenção para a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores.