O presente trabalho propõe um

diálogo entre a Geografia Crítica e a Geografia

Humanista, tendo como fio condutor a

percepção do espaço e a paisagem. A Geografia

Crítica, que busca compreender o espaço como

produto das relações sociais de produção,

tem como suporte metodológico principal

o materialismo histórico e dialético. Já na

Geografia Humanista, empenhada na discussão

sobre espaço e subjetividade, as abordagens

sistêmica e fenomenológica ganham relevo.

A paisagem - enquanto “maneira de ver” -

contribui para as convergências entre essas

duas tradições, na medida em que a percepção

e a subjetividade orientam a ação dos sujeitos

no espaço. No Sudoeste do Recife-PE, em área

cuja transformação tem sido protagonizada por

ações do Estado, de moradores e da iniciativa

privada, é possível identificar a relação entre os

discursos produzidos, as diferentes percepções

da paisagem e as contradições que permeiam

as relações entre os agentes no espaço.