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capa do ebook PENSAR, MOTIVAR E CRIAR COM A DIFERENÇA: CINEMA, ESCOLA E ALTERIDADE

PENSAR, MOTIVAR E CRIAR COM A DIFERENÇA: CINEMA, ESCOLA E ALTERIDADE

Atualmente, vivenciamos um cenário

em nosso país que aponta para reformas

políticas, trabalhistas e educacionais que por

diversas vezes não favorecem o exercício da

cidadania dos indivíduos, nem a manifestação

de subjetividades e nem mesmo a emancipação

intelectual dos mesmos. Diante disto, a escola

ainda surge como espaço público e potente para

a manifestação da igualdade de inteligências,

partindo do pressuposto de que o processo

de emancipação é tanto pedagógico quanto

político, por meio das relações irrompidas a

todo tempo no espaço escolar (RANCIÈRE,

2002). A prática docente que aqui se apresenta

visa retratar a potencialidade que emerge ao

utilizar a linguagem cinematográfica como

uma proposta de alteridade em busca da

emancipação intelectual de nossos alunos.

Para isto, a prática retratada encontra-se

em desenvolvimento em uma escola pública

da periferia da Cidade de Nova Iguaçu,

onde as atividades abordadas privilegiam

a discussão/reflexão e o compartilhamento

de saberes para todos/as interessados/as

em oportunizar o contato com o cinema e as

variadas manifestações de subjetividades

presentes na sociedade, independentemente

de qualquer experiência prévia com as

técnicas cinematográficas ou com a linguagem

audiovisual. Considerando a arte como um

elemento causador de estranhamentos, ela

não é pensada fora da experiência do “fazer”

e, sendo assim o projeto Pensar, motivar e criar

com a diferença privilegia, além da exibição de

filmes e da reflexão, a produção de cinema na

escola por parte dos alunos, possibilitando um

espaço de discussão e criação permanente

dentro da escola. As atividades são construídas

sob o ponto de vista de autores como Bergala

(2008); Rancière (2002); Fresquet (2013);

Migliorin (2015), Larrosa (2016); que discutem

como a presença do cinema na escola pode

tencionar a própria arte e estar à altura das

experiências sensíveis dos alunos, priorizando

o desenvolvimento do olhar cinematográfico

por meio da possibilidade que o cinema tem de

tornar comum o que não nos pertence, ou seja,

o desvelar do objeto, do outro e da vida e é nesta

perspectiva que se torna relevante o despertar

que emancipa para o conhecimento do mundo

(BERGALA, 2008). Desta forma, consideramos

a experiência com o cinema como uma proposta

de nos conectarmos com o outro e com o

mundo ao nosso redor. Por meio do cinema,

podemos ter uma experiência singular e intensa

com o mundo, uma experiência que é a própria

invenção e transformação do mundo em que

vivemos. Assim, fazer cinema na escola apresenta um sentido amplo de multiplicação

de olhares, onde os saberes são construídos em rede e as manifestações de um

indivíduo refletem e podem ser afetadas pelas ações e percepções do outro.

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PENSAR, MOTIVAR E CRIAR COM A DIFERENÇA: CINEMA, ESCOLA E ALTERIDADE

  • DOI: 10.22533/at.ed.01519040218

  • Palavras-chave: Cinema; Escola; Emancipação;

  • Keywords: Cinema; School; Emancipation;

  • Abstract:

    Currently, we are living a scenario in our country that points to political,

    labor and educational reforms that on several occasions do not favor the exercise

    of citizenship of individuals, nor the manifestation of subjectivities and even the

    intellectual emancipation of them. Faced with this, the school still emerges as a public

    space and powerful for the manifestation of the equality of intelligences, starting from

    the assumption that the process of emancipation is both pedagogical and political,

    through the relations that are constantly broken in the school space (RANCIÈRE,

    2002). The teaching practice presented here aims to portray the potentiality that

    emerges when using cinematographic language as a proposal of alterity in search of

    the intellectual emancipation of our students. For this, the practice is being developed

    in a public school in the outskirts of the City of Nova Iguaçu, where the activities

    are focused on the discussion / reflection and the sharing of knowledge for all those

    interested in opportunizing contact with the cinema and the various manifestations

    of subjectivities present in society, independently of any previous experience with

    cinematographic techniques or with the audiovisual language. Considering art as a

    cause of estrangement, it is not thought out of the experience of “doing”, and thus the

    project Thinking, motivating and creating with difference privileges, in addition to the

    exhibition of films and reflection, film production in the school by the students, allowing

    a space for discussion and permanent creation within the school. The activities are built

    from the point of view of authors such as Bergala (2008); Rancière (2002); Fresquet

    (2013); Migliorin (2015), Larrosa (2016); who discuss how the presence of cinema in the

    school can aim at the art itself and be up to the sensitive experiences of the students,

    prioritizing the development of the cinematographic look through the possibility that the

    cinema has to make common what does not belong to us, the unveiling of the object,

    the other and life and it is in this perspective that the awakening that emancipates for the

    knowledge of the world becomes relevant (BERGALA, 2008). In this way, we consider

    the experience with the cinema as a proposal to connect with the other and with the

    world around us. Through cinema, we can have a singular and intense experience with

    the world, an experience that is the very invention and transformation of the world in

    which we live. Thus, filmmaking in school presents a broad sense of multiplying looks,

    where knowledge is networked and the manifestations of one individual reflect and can

    be affected by the actions and perceptions of the other.

  • Número de páginas: 15

  • Andréa Casadonte
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