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capa do ebook Parto na periferia: a inserção de experiências marginais no movimento de humanização ao parto e nascimento na cidade de São Paulo

Parto na periferia: a inserção de experiências marginais no movimento de humanização ao parto e nascimento na cidade de São Paulo

As reivindicações feitas pelo Movimento Negro e pelo Movimento Feminista Negro por melhor acesso aos serviços de saúde acompanham a trajetória destes grupos, a ponto de eles terem fortemente influenciado os processos que resultaram na Reforma Sanitária e na criação do SUS. Mesmo que tal contribuição tenha sido crucial na concepção de um sistema universal de saúde, ajudando a formular os princípios de integralidade, equidade e participação social, ainda assim observamos no SUS inúmeras barreiras postas à população negra, diretamente ligadas ao racismo. No que tange a assistência ao ciclo gravídico-puerperal, a diferença do serviço prestado à população negra e à população branca é gritante e reflete-se nos dados que apontam a vulnerabilidade da mulher negra à violência obstétrica. O Movimento de Humanização do Parto e Nascimento apresenta algumas questões contraditórias à medida que essencializa a maternidade, não conferindo a esta a devida dimensão sócio-funcional que permite enxergar como a reprodução tornou-se assunto do biopoder. Logo, pode-se afirmar que o discurso deste movimento foi elaborado, em muitos aspectos, por e para um grupo social que não é o de maioria no país e nem dependente do SUS. Neste sentido, o estudo da trajetória da Casa de Partos da ACOMA destaca a apreensão do conceito de humanização do parto e nascimento para as camadas mais pobres, ressignificando o evento para essa população negra e periférica.

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Parto na periferia: a inserção de experiências marginais no movimento de humanização ao parto e nascimento na cidade de São Paulo

  • DOI: 10.22533/at.ed.78322170316

  • Palavras-chave: Casa de parto; Humanização; Mulheres negras

  • Keywords: Birthing house; Humanization; Black women

  • Abstract:

    The claims made by the Black Movement and the Black Feminist Movement for better access to health services follow the trajectory of these groups, to the point that they strongly influenced the processes that resulted in the Sanitary Reform and the creation of the SUS. Even though such a contribution was crucial in the conception of a universal health system, helping to formulate the principles of integrality, equity and social participation, we still observe in SUS many barriers placed on the black population, directly linked to racism. Regarding the assistance to the pregnancy-puerperal cycle, the difference in the service provided to the black population and the white population is striking and is reflected in the data that indicate the vulnerability of black women to the obstetric violence. The Humanizing Childbirth Movement presents some contradictory questions as it essentializes motherhood, not given the proper social-function dimension that allow us to see how reproduction has become the subject of biopower. Therefore, it can be stated that the discourse of this movement was elaborated, in many aspects, by and for a social group that is not the majority in the country nor dependent on the SUS. In this sense, the study of the trajectory of the ACOMA’s Birthings House highlights the apprehension of the concept of humanization of childbirth and birth for the poor, resignifying the event for this black and peripheral population. 

  • Número de páginas: 15

  • Laura Carvalheira
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