Papel do Ensino de Medicina na (des)Construção do Aparato Manicomial
Este artigo tem como objetivo discutir
como a formação universitária dos estudantes
de medicina se configura subjetivamente
e quais as possíveis repercussões desse
processo na reforma psiquiátrica brasileira,
a partir de uma pesquisa realizada com base
no método construtivo-interpretativo e na
Teoria da Subjetividade de González Rey.
O método construtivo-interpretativo baseiase
na Epistemologia Qualitativa, em que a
teoria consiste num processo de produção
de pensamento a partir do diálogo com o
participante, visando gerar inteligibilidade sobre
um tema complexo: a subjetividade humana.
Nesta pesquisa, a participante foi uma estudante
de Medicina do Distrito Federal e os instrumentos
utilizados foram dinâmicas conversacionais e
uma redação. Chegamos à formulação de que
a subjetividade social do ensino de medicina
promove uma produção subjetiva em que o
cuidado encontra-se articulado ao controle
e ao modelo biomédico, indo de encontro às
propostas da reforma psiquiátrica, já que tal
forma de cuidado costuma estar associada a
práticas manicomiais.
Papel do Ensino de Medicina na (des)Construção do Aparato Manicomial
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DOI: 10.22533/at.ed.99619130629
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Palavras-chave: reforma psiquiátrica; ensino; método construtivo-interpretativo.
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Keywords: psychiatric reform; education;constructive-interpretative method.
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Abstract:
This article discusses how the
education of medical students is subjectively
configured and which are the possible
consequences of this process in the Brazilian
psychiatric reform. The research study was
based on González Rey’s Theory of Subjectivity
and the constructive-interpretative method. The
constructive-interpretative method is supported
by the Qualitative Epistemology, in which a theory
consists of a creative thinking process derived
from dialogs engaged with the participant,
aiming to provide understanding upon a complex
matter: the human subjectivity. The participant
of this study was a medical student from the
Brazilian Federal District, and the research
instruments were conversational dynamics and
a writing exercise. As a conclusion, we argue
that the social subjectivity of medical education
promotes a subjective production in which care
is associated with control and principles of the
biomedical model, deviating from the psychiatric
reform proposals, since such form of care is
usually related to asylum practices.
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Número de páginas: 15
- Daniel Magalhães Goulart
- Daniela Viecili Costa Masini