O uso de enzimas em processos industriais deve ser precedido, necessariamente, do estudo do micro-organismo para obtenção de uma maior produção enzimática. O objetivo desse trabalho foi identificar linhagens fúngicas, coletadas e isoladas na cidade de Janaúba, no Norte de Minas Gerais, que produzam enzimas amilolíticas, posteriormente, padronizar as condições de cultivo do fungo selecionado para uma maior produção enzimática, bem como caracterizar bioquimicamente a enzima. A partir da coleção de culturas do laboratório foram selecionadas quatro linhagens de fungos filamentosos identificados como M1.5, Aspergillus sp. M1.6, Aspergillus sp. M2.3 e Aspergillus sp. M2.4, para a determinação do potencial amilolítico de cada uma delas. Após os testes, o fungo considerado promissor foi o Aspergillus sp. M2.3, que apresentou maior atividade amilolítica em meio de cultura submerso CP, com sua própria solução de sais, durante dez dias de cultivo, à 30ºC, de forma estacionária, tendo como fonte de nitrogênio o extrato de levedura acrescido de peptona, e o amido como a melhor fonte de carbono. Observando que a temperatura ótima da reação foi de 70 ºC no pH 4,5, assim como, verificou-se um tempo de meia-vida de até 60 minutos à 50 ºC, mantendo a atividade alta na faixa de pH 4,5 até 7,0 em um tempo superior à 120 minutos. Vale citar que, a enzima hidrolisou distintos substratos, em especial, amido solúvel e amido de milho. Conclui-se, então, que o trabalho possui grande relevância científica, uma vez que o fungo escolhido, Aspergillus sp. M2.3, possui uma atividade amilolítica significativa e apresentou características de relevância para a aplicação industrial.