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capa do ebook ORIXÁ E NATUREZA: O CANDOMBLÉ NA PERSPECTIVA DECOLONIAL

ORIXÁ E NATUREZA: O CANDOMBLÉ NA PERSPECTIVA DECOLONIAL

Este artigo consiste em perceber a partir de dois mitos de orixás como a compreensão do mundo no candomblé se constitui como narrativa decolonial. Compreendemos que em um terreiro de candomblé, encontramos, além de religião, uma visão de mundo, valores, práticas, formas de se relacionar com o sagrado, com a natureza diferentes do cristianismo e da matriz ocidental, pois pensa o ser humano dentro de um grande organismo vivo, uma rede de correspondência entre os orixás, a natureza e os humanos. Neste artigo apresentaremos dois mitos publicados por Reginaldo Prandi em sua obra “Mitologia dos Orixás” (2001), a partir desses mitos identificaremos o papel da natureza na construção dos saberes presentes no candomblé. O caminho que percorreremos consiste em relacionar os aspectos levantados nos mitos com as possibilidades de se pensar a construção e transmissão do conhecimento como uma outra epistemológica, que resiste ao modo de pensar ocidental, uma postura perante a vida, um modo imanente que não coloca o ser fora da natureza, que considera uma rede de relações entre os seres e a natureza. Desta forma o que buscaremos confirmar nos mitos é se a concepção de mundo presente no candomblé resiste a forma ocidental de se pensar no mundo o que Quijano (2000) chamou de “colonialidade do poder”. Em síntese buscaremos, a partir dos dois mitos apresentados, pensar o universo do candomblé como espaço de subjetivação autônoma que resiste a matriz colonial do poder. 

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ORIXÁ E NATUREZA: O CANDOMBLÉ NA PERSPECTIVA DECOLONIAL

  • DOI: 10.22533/at.ed.7592028057

  • Palavras-chave: Candomblé, colonialidade, decolonialidade

  • Keywords: Candomblé, coloniality, decoloniality

  • Abstract:

    This article consists in realizing from two myths of orixás how the understanding of the world in candomblé is constituted as a decolonial narrative. We understand that in a candomblé cult house, we find, in addition to religion, a worldview, values, practices, ways of relating to the sacred, with nature different from christianity and the western matrix, as the human being thinks within a great living organism, a network of correspondence between the orixás, nature and humans. In this article we will present two myths published by Reginaldo Prandi in his work “Mitologia dos Orixás” (2001), from these myths we will identify the role of nature in the construction of the knowledge present in candomblé. The path we will take is to relate the aspects raised in the myths with the possibilities of thinking about the construction and transmission of knowledge as another epistemological one, which resists the western way of thinking, a posture towards life, an immanent way that does not place the being outside of nature, which considers a network of relationships between beings and nature. In this way, what we will seek to confirm in the myths is whether the worldview present in candomblé resists the western way of thinking about the world what Quijano (2000) called “coloniality of power”. In summary, we will seek, from the two myths presented, to think of the candomblé universe as a space of autonomous subjectivation that resists the colonial matrix of power.

  • Número de páginas: 21

  • Victor Hugo Basilio Nunes
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