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capa do ebook ON DIRAIT JEQUIÉ: ESTRATÉGIAS NACIONAIS E REGIONAIS EM PAULO EMÍLIO SALLES GOMES

ON DIRAIT JEQUIÉ: ESTRATÉGIAS NACIONAIS E REGIONAIS EM PAULO EMÍLIO SALLES GOMES

Este trabalho procura explorar

certas estratégias do crítico Paulo Emílio

Salles Gomes diante do problema da cultura

cinematográfica brasileira. Trata-se de observar

como Bahia e São Paulo são evocados em seus

textos, de modo a indicar sua oscilação em

torno de conceitos como “subdesenvolvimento”

ou “formação”. Os marcos temporais desse

trabalho são os anos de 1959, data de publicação

de Formação da literatura brasileira, do crítico

Antonio Candido de Mello e Souza, e 1976,

quando Salles Gomes fez seu último acréscimo

a um texto de ficção posteriormente publicado

com o título Cemitério. No início dos anos 1960,

o crítico acompanhava o clima otimista criado

em torno de filmes como Porto das Caixas

(1962) e O pagador de promessas (1962).

Representativa em relação a esse momento é

a conferência “Um certo clima que reina hoje

no Brasil em torno do cinema nacional” (1962),

onde a latente independência econômica do

cinema nacional era comparada à situação da

literatura brasileira nas primeiras décadas do

século XIX. Também nessa época o cinema

baiano é recorrente na obra de Salles Gomes.

Filmes como Bahia de Todos os Santos (1960)

e Barravento (1962) parecem confirmar para

o crítico o enraizamento nacional da cultura

cinematográfica. O Regime Militar, no entanto,

parece estar na raiz de uma revisão da parte

do autor. A perspectiva nacional que marcara

a década anterior seria substituída por uma

tentativa de aprofundamento em seu contexto

imediato, São Paulo. Isso se evidencia, por

exemplo, em sua produção ficcional, sobretudo

no roteiro Amar, verbo intransitivo, nas novelas

Três mulheres de três PPPês e em Cemitério.

Conhecer e incorporar os limites de uma

formação precária parece agora ser o centro

de uma estratégia que passa pela revisão da

história local.

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ON DIRAIT JEQUIÉ: ESTRATÉGIAS NACIONAIS E REGIONAIS EM PAULO EMÍLIO SALLES GOMES

  • DOI: 10.22533/at.ed.02320110220

  • Palavras-chave: cinema, crítica, Bahia, São Paulo

  • Keywords: cinema, criticism, Bahia, São Paulo

  • Abstract:

    This article attempts to explore

    some strategies undertaken by the critic Paulo

    Emílio Salles Gomes concerning the problem of

    Brazilian cinematographic culture. It analyses

    how both States of Bahia and São Paulo are evoked in his writings, in order to point

    out his oscillation on concepts like “underdevelopment” or “formation”. The temporal

    framework of this study is the year of 1959, when Antonio Candido de Mello e Souza’s

    canon Formação da literatura brasileira was published, and 1976, when Salles Gomes

    made his last contributions to a fictional piece later published under the title Cemitério.

    In the beginning of the 1960s, he followed the optimism fostered around the release

    of films such as Porto das Caixas (1962) and O pagador de promessas (1962). An

    appropriate example of this moment is the conference “Um certo clima que reina hoje no

    Brasil em torno do cinema nacional” (1962), where the latent economic independence

    of the national film production was compared to the state of Brazilian literature in the

    first decades of the 19th century. At this point, films produced at the State of Bahia are

    recurrently analysed in the writings of Salles Gomes and some of them, such as Bahia

    de Todos os Santos (1960) and Barravento (1962), seem to confirm the establishment of

    a national film production. Nevertheless, the military dictatorship indicates an apparent

    change in his works. The national perspective that characterised the previous decade

    would then be replaced by an attempt to focus on his immediate context, São Paulo.

    This becomes evident, for example, in his fictional works, especially in the script of

    Amar, verbo intransitivo, the novels Três mulheres de três PPPês and Cemitério. The

    core of his strategy, which includes the revision of the local history, seems thus to shift

    towards knowing and embodying the limits of a precarious formation.

  • Número de páginas: 19

  • Victor Santos Vigneron de La Jousselandière
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