Olhar psicanalítico para o transtorno de pânico: expressão de angústia e evidência do desamparo
A presente pesquisa tem
como objetivo compreender a etiologia do
Transtorno de Pânico para a psicanálise e
suas contribuições clínicas para o tratamento.
A metodologia utilizada baseia-se em
levantamento bibliográfico e análise textual
e conceitual, com embasamento teórico em
psicanálise. Constatou-se que no ataque de
angústia, da neurose de angústia, encontramse
as raízes freudianas da descrição do
transtorno de pânico. Em ambos os casos, se
confere um estatuto psicopatológico central
aos ataques repentinos da mais intensa
angústia. O ponto de partida para o sofrimento
do sujeito acometido por crises de pânico é o
encontro súbito com a dimensão de falta de
garantias ante o possível. Além disso, o pânico
representa um esforço de pré-simbolização,
visto que instaura uma espécie de experiência
antecipada do morrer. Na contemporaneidade
ocorre a fragmentação da subjetividade e o eu
assume posição privilegiada. Dessa forma, é
possível pensar o pânico como uma resposta
psíquica frente à desilusão provocada pela
perda de um ideal protetor. Nesta perspectiva,
o pânico é o resultado de uma expressão
máxima de angústia e uma evidência clínica
do desamparo. Em relação ao tratamento na
clínica psicanalítica, é necessário um longo
período de “manejo analítico” que ajude a
despertar no indivíduo a ideia de que ele tem
algo a ver com o seu sofrimento e que o ajude
a encontrar possibilidades de simbolização.
Esta pesquisa contribuiu para ampliar o
debate do Transtorno de pânico para além
das concepções biologizantes e empíricas da
psiquiatria contemporânea e definir um campo
próprio à psicanálise.
Olhar psicanalítico para o transtorno de pânico: expressão de angústia e evidência do desamparo
-
DOI: 10.22533/at.ed.67519050611
-
Palavras-chave: Psicanálise. Neurose de angústia. Transtorno de pânico. Desamparo.
-
Keywords: Atena
-
Abstract:
Atena
-
Número de páginas: 15
- Amanda da Rocha Camargo