As espécies de Bartonella são agentes zoonóticos que infectam mamíferos e
são transmitidos por vetores artrópodes. Diversos genótipos de Bartonella foram
identificados em várias espécies de mamíferos selvagens e, no presente estudo,
analisamos amostras de baço e fígado de primatas não humanos (saguis), marsupiais,
roedores e morcegos capturados na Estação Biológica Fiocruz Mata Atlântica, Rio de
Janeiro e os resultados obtidos foram comparados com os genótipos descritos em

mamíferos de Brasil. Utilizamos a PCR convencional para detectar o DNA de
Bartonella usando fragmentos parciais dos genes gltA, ftsZ e groEL. Geramos árvores
de inferência bayesiana e de máxima verossimilhança para caracterizar as amostras de
PCR positivas e inferir as relações filogenéticas dos genótipos. Um total de 161
animais foi capturado, incluindo 110 morcegos, 4 roedores, 10 marsupiais e 37 saguis.
O DNA de Bartonella foi amplificado a partir de amostras de tecido coletadas de 5
(3,1%) dos animais, dentre os quais, as espécies de morcegos Artibeus lituratus (3/58),
Carollia perspicillata (1/15) e Myotis izecksohni (1/5). Considerando a diversidade de
genótipos de Bartonella em diferentes loci e hospedeiros identificados no presente
estudo, mais pesquisas são necessárias para melhor compreender as relações entre os
diferentes genótipos de Bartonella e seus vetores e espécies hospedeiras. A presença
de Bartonella spp. em morcegos da área de estudo indica que as populações humanas
locais podem estar em risco de infecção por este agente zoonótico devido ao spillover
dessas espécies/genótipos circulantes no ambiente silvestre para os ambientes
domésticos e peridomésticos. Os dados deste estudo encontram-se disponíveis em
artigo publicado em revista científica em julho de 2020.