No presente artigo, tem-se como objetivo evidenciar e discutir um fenômeno que se encontra camuflado socialmente, o vício em pornografia e sua relação com a adicção, principalmente através do consumo de material pornográfico on-line. Baseia-se em depoimentos encontrados na internet, de pessoas que relatavam estar em situação de sofrimento devido ao uso desenfreado de conteúdos pornográficos. Foram analisados trinta e quatro depoimentos publicados na internet de sujeitos que se apresentavam como homens, na faixa etária entre 17 e 40 anos. A abordagem metodológica utilizada foi a de análise de conteúdo de Bardin, na perspectiva proposta por Roque Moraes, que gerou seis categorias temáticas: gatilhos silenciosos: das revistas à internet; vergonha, culpa e masturbação; fetiche e fantasia; a adicção e seus sintomas: a espiral da degradação; a (in)capacidade de amar; e o pedido de socorro. Os depoentes vivenciavam intenso sofrimento físico e psíquico, com repercussões que interferiam nas suas vivências cotidianas, em decorrência do uso excessivo de conteúdos pornográficos. A interpretação dos dados foi construída a partir da teoria psicanalítica, levando-nos à proposição de que a economia psíquica envolvida na adicção com a pornografia apresentou como finalidade minimizar as sensações de desprazer e evitar situações que promovessem tensão. Pondera-se que a busca desenfreada pela satisfação ocorria por meio de processos psíquicos primitivos, resultando em movimentos autodestrutivos. Logo, o vício em pornografia foi entendido como uma manifestação de um modo de funcionamento psíquico não neurótico e reconheceu-se que o sofrimento gerado por essa modalidade de vício é de ordem narcísica.No presente artigo, tem-se como objetivo evidenciar e discutir um fenômeno que se encontra camuflado socialmente, o vício em pornografia e sua relação com a adicção, principalmente através do consumo de material pornográfico on-line. Baseia-se em depoimentos encontrados na internet, de pessoas que relatavam estar em situação de sofrimento devido ao uso desenfreado de conteúdos pornográficos. Foram analisados trinta e quatro depoimentos publicados na internet de sujeitos que se apresentavam como homens, na faixa etária entre 17 e 40 anos. A abordagem metodológica utilizada foi a de análise de conteúdo de Bardin, na perspectiva proposta por Roque Moraes, que gerou seis categorias temáticas: gatilhos silenciosos: das revistas à internet; vergonha, culpa e masturbação; fetiche e fantasia; a adicção e seus sintomas: a espiral da degradação; a (in)capacidade de amar; e o pedido de socorro. Os depoentes vivenciavam intenso sofrimento físico e psíquico, com repercussões que interferiam nas suas vivências cotidianas, em decorrência do uso excessivo de conteúdos pornográficos. A interpretação dos dados foi construída a partir da teoria psicanalítica, levando-nos à proposição de que a economia psíquica envolvida na adicção com a pornografia apresentou como finalidade minimizar as sensações de desprazer e evitar situações que promovessem tensão. Pondera-se que a busca desenfreada pela satisfação ocorria por meio de processos psíquicos primitivos, resultando em movimentos autodestrutivos. Logo, o vício em pornografia foi entendido como uma manifestação de um modo de funcionamento psíquico não neurótico e reconheceu-se que o sofrimento gerado por essa modalidade de vício é de ordem narcísica.