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O uso popular da maconha como medicamento

Maconha é um dos nomes populares da planta Cannabis sativa, da família Cannabacea, que possui uma ampla distribuição pelas regiões tropicais e subtropicais de todo o mundo.  O género Cannabis é endêmico da Ásia, mas cultivado em várias regiões do planeta, alguns outros gêneros são encontrados em regiões temperadas. Há milênios a maconha vem sendo utilizada para fins medicinais, na indústria naval como cordas e velames, para fazer papel ou mesmo de forma recreacional. Algumas pesquisas sugerem que essa planta foi trazida para o Brasil pelos escravos africanos, e até o início do século passado era usada como medicamento aqui e em vários outros países. A partir da década de 1920 houve uma demonização do uso da maconha, que foi equivocadamente considerada substância proscrita, na II Conferência Internacional do Ópio, em 1924, em Genebra. No entanto, o importante efeito anticonvulsivante da Cannabis sativa, descoberto pelo Dr. Carlini na década de 1970, no Brasil, fez voltar o foco na utilidade da planta como medicamento.    Há registro de que aproximadamente um terço dos pacientes com epilepsia é resistente ao tratamento farmacológico convencional, e continuam apresentando crises convulsivas. Estes dados motivaram a procura pelo tratamento com canabinóides. O fato de o uso medicinal da maconha ainda não estar regulamentado no Brasil, fez com que a população procurasse caminhos alternativos para conseguir o medicamento a base do óleo da planta. A partir da iniciativa de pessoas enfermas e seus familiares, surgiram associações e entidades filantrópicas que produzem e comercializam o óleo de Cannabis sativa para tratar além da epilepsia, várias doenças entre as quais estão autismo, ansiedade, doença de Alzheimer. O objetivo desse artigo é fornecer um panorama atual sobre o uso medicinal da maconha pela população do Brasil especialmente, em um cenário onde esta prática ainda está no limbo da lei.
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O uso popular da maconha como medicamento

  • DOI: https://doi.org/10.22533/at.ed.90024190218

  • Palavras-chave: Associações canábicas, canabidiol, tetrahidrocanabinol, Cannabis sativa, maconha, sistema endocanabinoide, uso medicinal

  • Keywords: Cannabis associations, cannabidiol, tetrahydrocannabinol, Cannabis sativa, marijuana, endocannabinoid system, medicinal use

  • Abstract: Maconha é um dos nomes populares da planta Cannabis sativa, da família Cannabacea, que possui uma ampla distribuição pelas regiões tropicais e subtropicais de todo o mundo.  O género Cannabis é endêmico da Ásia, mas cultivado em várias regiões do planeta, alguns outros gêneros são encontrados em regiões temperadas. Há milênios a maconha vem sendo utilizada para fins medicinais, na indústria naval como cordas e velames, para fazer papel ou mesmo de forma recreacional. Algumas pesquisas sugerem que essa planta foi trazida para o Brasil pelos escravos africanos, e até o início do século passado era usada como medicamento aqui e em vários outros países. A partir da década de 1920 houve uma demonização do uso da maconha, que foi equivocadamente considerada substância proscrita, na II Conferência Internacional do Ópio, em 1924, em Genebra. No entanto, o importante efeito anticonvulsivante da Cannabis sativa, descoberto pelo Dr. Carlini na década de 1970, no Brasil, fez voltar o foco na utilidade da planta como medicamento.    Há registro de que aproximadamente um terço dos pacientes com epilepsia é resistente ao tratamento farmacológico convencional, e continuam apresentando crises convulsivas. Estes dados motivaram a procura pelo tratamento com canabinóides. O fato de o uso medicinal da maconha ainda não estar regulamentado no Brasil, fez com que a população procurasse caminhos alternativos para conseguir o medicamento a base do óleo da planta. A partir da iniciativa de pessoas enfermas e seus familiares, surgiram associações e entidades filantrópicas que produzem e comercializam o óleo de Cannabis sativa para tratar além da epilepsia, várias doenças entre as quais estão autismo, ansiedade, doença de Alzheimer. O objetivo desse artigo é fornecer um panorama atual sobre o uso medicinal da maconha pela população do Brasil especialmente, em um cenário onde esta prática ainda está no limbo da lei.

  • Sueli Mendonça Netto
  • Glaucia Guimaraes Amaral
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