A pesquisa-intervenção buscou

investigar a potencialidade do uso dos jogos

como dispositivo de mediação em um grupo de

professoras de uma escola pública de Brasília/

DF. A questão norteadora do estudo consistiu

em interrogar e analisar as possibilidades

e limites de articulação da escuta clínica à

metodologia do teatro do oprimido no processo

de simbolização e elaboração das experiências

docentes na escola e inferir alguns de seus

possíveis efeitos subjetivos. Assim, ao aplicar

essa metodologia ao grupo de professoras,

procuramos deixar em aberto outras

potencialidades do uso dos jogos, com o intuito

de investigar o que eles poderiam oferecer no

trabalho em grupo, no contexto escolar. Esta

articulação metodológica demonstrou ser um

dispositivo com grande possibilidade de trabalho

colaborativo, com impacto no fortalecimento

do grupo de professoras como força motriz de

transformação das práticas e fortalecimento

dos vínculos na construção de um trabalho

coletivo. A associação entre a metodologia

do teatro do oprimido e a escuta psicanalítica

possibilitou um espaço de representação

simbólica e de elaboração das experiências dos

professores. Os jogos do teatro do oprimido,

aliados à escuta clínica, tornaram possível

acolher o modo singular como cada professora

se expressava, permitindo pontuar os conflitos

que surgiam nas encenações, escutar as

contradições e, dessa forma, criar condições

para a descoberta e a transformação de

conteúdos latentes nas dinâmicas institucionais

e subjetivas, desencadeadoras de reflexões

e, potencialmente, de experiências de

transformação.