O Transtorno Bipolar e o Sistema Imune: Uma Perspectiva Atual
O transtorno bipolar é um dos principais transtornos de humor existentes mundialmente. Os mecanismos patológicos ainda não são muito elucidados e os tratamentos atuais com medicamentos convencionais podem ser insatisfatórios para conter os sintomas e manter uma qualidade de vida idealmente adequada. Por conseguinte, pesquisas recentes estão almejando lançar uma nova perspectiva sobre a patogênese e imunologia da doença em busca da melhoria da eficácia terapêutica. Evidências recentes demonstram um papel dominante da inflamação nos transtornos de humor. Elevados níveis de mediadores pró-inflamatórios também foram relatados no transtorno bipolar, bem como observado em outros transtornos de humor, e indivíduos com doenças autoimunes sistêmicas possuem um risco aumentado de desenvolver o transtorno bipolar. Essas alterações imunológicas são estáveis e os medicamentos da atualidade podem alterar as concentrações periféricas, ainda quando a melhora clínica já é nítida. Tais achados foram replicados no sistema nervoso central, enquanto estudos genéticos mostram que essas alterações imunológicas não são oriundas do próprio distúrbio, podendo ser detectadas antes do início da doença. Além disso, as modificações inflamatórias parecem ser afetadas e ligadas a biomarcadores do distúrbio, como alterações da substância branca, metabolismo, via da quinurenina e ritmo circadiano. Finalmente, essas variações imunológicas do transtorno bipolar parecem ser úteis como preditores de resposta terapêutica a medicamentos e na distinção de diferentes resultados clínicos. Assim, o objetivo desta revisão é resumir evidências que conectam a inflamação e o transtorno bipolar, com foco nos marcadores inflamatórios periféricos e achados em sua conexão com aspectos típicos do transtorno bipolar em busca de delinear uma visão geral sobre o transtorno.
O Transtorno Bipolar e o Sistema Imune: Uma Perspectiva Atual
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DOI: 10.22533/at.ed.52821040820
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Palavras-chave: transtorno bipolar, neuroinflamação, citocinas
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Keywords: bipolar disease, neuroinflammation, cytocines
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Abstract:
Bipolar disorder is one of the main mood disorders in existence worldwide. The pathological mechanisms are still not well understood and current treatments with conventional drugs may be unsatisfactory in order to contain the symptoms and maintain an ideally adequate quality of life. Therefore, recent research is aiming to launch a new perspective on the pathogenesis and immunology of the disease in search of improving therapeutic efficacy. Recent evidence demonstrates a dominant role for inflammation in mood disorders. Elevated levels of pro-inflammatory mediators have also been reported in bipolar disorder, as well as seen in other mood disorders, and individuals with systemic autoimmune diseases have an increased risk of developing bipolar disorder. These immunological changes are stable and current drugs can alter peripheral concentrations, even when the clinical improvement is already clear. Such findings have been replicated in the central nervous system, while genetic studies show that these immunological changes are not due to the disorder itself, and can be detected before the onset of the disease. In addition, inflammatory changes appear to be affected and linked to biomarkers of the disorder, such as changes in white matter, metabolism, kynurenine pathway and circadian rhythm. Finally, these immunological variations of bipolar disorder appear to be useful as predictors of therapeutic response to drugs and in distinguishing different clinical outcomes. Thus, the purpose of this review is to summarize evidence that connects inflammation and bipolar disorder, focusing on peripheral inflammatory markers and findings in their connection with typical aspects of bipolar disorder in order to outline an overview of the disorder.
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Número de páginas: 12
- DANIELA ANNUNZIATA MASARO
- BERNARDO HENRIQUE MENDES CORREA