“O QUE VEMOS, NÃO É O QUE VEMOS, SENÃO O QUE SOMOS”: O DESVELAMENTO DE SI NO CONCEITO DE CONFISSÃO EM MICHEL FOUCAULT.
Esse trabalho tem como objetivo
uma articulação do conceito de confissão
em Michel Foucault, elaborado em sua obra
“História da sexualidade I: A vontade de saber”,
de 1988, com a frase “O que vemos, não é o
que vemos, senão o que somos”, de Fernando
Pessoa, intentando perceber as mudanças
ocorridas no entendimento social do conceito
de confissão da Idade Clássica (por volta
dos séculos XVI e XVII, aproximadamente) à
Modernidade (especialmente nos séculos XVIII
e XIX), tal qual o faz Foucault em sua obra.
Entendemos que essa articulação nos permite
pensar que o sujeito se constitui, constrói de si
uma narrativa, no próprio ato de enunciação de
sua verdade. Se antes tínhamos a confissão
como a revelação de atos e pensamentos que
iam de encontro aos ensinamentos da Igreja,
passa-se, na Modernidade, a uma concepção
de confissão como construtora de subjetividade,
que revela a essência do sujeito no seu próprio
ato de falar a outrem sobre si. Se antes o sujeito
era entendido como aquilo que se via dele,
pensa-se agora o sujeito como sendo aquilo
que é: o que ele fala de si mesmo no ato de
confessar-se.
“O QUE VEMOS, NÃO É O QUE VEMOS, SENÃO O QUE SOMOS”: O DESVELAMENTO DE SI NO CONCEITO DE CONFISSÃO EM MICHEL FOUCAULT.
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DOI: 10.22533/at.ed.30219020421
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Palavras-chave: Confissão. Idade Clássica. Idade Moderna. Foucault. Subjetividade.
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Keywords: Confession. Classical Age. Modern age. Foucault. Subjectivity.
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Abstract:
This work aims at articulating
the concept of confession in Michel Foucault,
elaborated in his 1988 book “History of Sexuality
I: The Will to Know”, with the phrase “What we
see is not what we see, but the that we are, “by
Fernando Pessoa, trying to perceive the changes
that occurred in the social understanding of
the concept of confession of the Classical Age
(around the sixteenth and seventeenth centuries,
approximately) to Modernity (especially in
the eighteenth and nineteenth centuries), as
Foucault in his work. We understand that this
articulation allows us to think that the subject
is constituted, constructs of itself a narrative, in
the very act of enunciation of its truth. If before
we had confession as the revelation of acts and
thoughts that went against the teachings of the
Church, in Modernity it became a conception
of confession as a constructor of subjectivity,
which reveals the essence of the subject in his
own act of speaking to others. If the subject was
previously understood as that which was seen
of him, the subject is now thought of as what he is: what he speaks of himself in the act
of confessing himself.
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Número de páginas: 15
- Ruth Arielle Nascimento Viana
- Larissa Arruda Aguiar Alverne
- Allan Ratts de Sousa