O PROCESSO DE MEDICALIZAÇÃO DA VIDA E O CASO DO “AUTISMO”
Neste trabalho, apresentaremos os principais conceitos de medicalização em psiquiatria utilizados na literatura contemporânea, em seguida, faremos uma análise do “autismo” enquanto caso, para que possamos compreender que efeitos o processo de medicalização produz em pessoas que recebem diagnósticos psiquiátricos. Grosso modo, observamos movimentos diferentes no caso apresentado, no qual a mesma categoria nosológica é disputada por grupos diversos, envolvidos na lida com esse transtorno: por um lado, há familiares de crianças diagnosticadas com transtorno do espectro autista, que lutam pela legitimação social desse espectro; por outro, pessoas que são diagnosticadas com “autismo” e que reiteram a importância desse transtorno ser caracterizado enquanto manifestação de uma diferença e não como uma doença. Consideramos que o processo de medicalização constitui um fenômeno que precisa ser estudado, ademais as categorias diagnósticas ganham, cotidianamente, novos sentidos e novas normas com as quais interagimos, produzindo práticas sociais que incidem sobre a vida das pessoas.
O PROCESSO DE MEDICALIZAÇÃO DA VIDA E O CASO DO “AUTISMO”
-
DOI: 10.22533/at.ed.3661918129
-
Palavras-chave: Medicalização. Diagnóstico Psiquiátrico. Autismo.
-
Keywords: Medicalization. Psychiatric Diagnosis. Autism
-
Abstract:
In this paper, we will present the main concepts of medicalization in psychiatry used in contemporary literature, then we will analyze the “autism” as a case, so that we can understand which effects the medicalization process produces in people who receive psychiatric diagnoses. Roughly, we observed different movements in the case presented here, in which the same nosological category is disputed by different groups involved in dealing with this disorder: on the one hand, there are relatives of diagnosed autism spectrum disorder children, who fight for the social legitimation of this disorder spectrum; on the other hand, people who are diagnosed with “autism” whom reiterate the importance of this disorder being characterized as a manifestation of a difference and not as a disease. We consider that the process of medicalization is a phenomenon that needs to be studied. Moreover, the diagnostic categories gain daily new meanings and new norms with which we interact, producing social practices that affect people's lives.
-
Número de páginas: 16
- Alessandra Aniceto Ferreira de Figueirêdo