O artigo analisa o ponto de vista do Interventor Federal Júlio Muller,

acerca do ensino em Mato Grosso com base no Relatório apresentado ao

Presidente Getúlio Vargas em agosto de 1940. O Interventor atuou na

modernização da capital com a implementação de obras públicas, tais como: O

Grande Hotel, a Residência dos Governadores, o Cine Teatro Cuiabá, o Tesouro do

Estado, o Palácio Arquipiscopal, o Clube Feminino, além da abertura de novas ruas

e avenidas, estabeleceu a construção da ponte que interligaria Cuiabá e Várzea

Grande. O relatório foi elaborado no contexto do Estado Novo, período este em que

Vargas disseminava fortemente campanhas que tinham como intuito erradicar os

índices de analfabetismo no país. Diante disso, o Interventor apresentou um

diagnóstico favorável da Instrução Pública no Estado de Mato Grosso. Relata sobre

a ação do Estado referente à expansão escolar, dedicação ao aparelhamento das

edificações destinadas a Instrução Pública, fiscalização, mapeamentos e dotação

orçamentária. Percebe-se que Júlio Muller priorizou retratar os aspectos positivos

da Instrução Pública, destacando as benfeitorias efetivadas, e não se ateve a

enfatizar os inúmeros problemas vivenciados pelos docentes e discentes nessas

escolas. Para a elaboração do estudo nos pautamos na História Cultural (BURKE,

2005) e nas reflexões realizadas por Alves (1998), Capelato (2011), Bertolini

(2000) e Jucá (1998) para compreender o contexto histórico e educacional do

Estado Novo em Mato Grosso.