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capa do ebook O PARQUE MOSCOSO E A PRAÇA JOÃO CLÍMACO EM VITÓRIA – ES: JARDINS ROMÂNTICOS DO INICIO DO SÉCULO XX

O PARQUE MOSCOSO E A PRAÇA JOÃO CLÍMACO EM VITÓRIA – ES: JARDINS ROMÂNTICOS DO INICIO DO SÉCULO XX

Pelo menos dois importantes jardins da cidade de Vitória construídos na passagem do século XIX para o XX incorporaram a arte dos mestres cascateiros, eruditamente falando, a arte da rocaille, como era assim denominada em França a prática artesanal de fabricação de elementos de decoração ou de mobiliário de jardins românticos executados com argamassa armada e imitando pedras em cascatas ou mesmo galhos e troncos de árvore. A rocaille nos primórdios do jardim romântico se inseria dentro do contexto de uma obra de arte agenciada com a teoria do sublime, em que a grandiosidade da natureza é passível de provocar sensações estéticas. No final do século XIX, contudo, este recurso da paisagística romântica havia se transformado, dentro da inexorável lógica do senso comum pequeno burguês em mais um elemento descontextualizado, apropriado para fins meramente decorativos, e o que alguns autores denominariam como kitsch. É nesse último contexto que a paisagística dos cascateiros vai se difundir nos jardins públicos das cidades de Província, que não tiveram experiências de grandes parques, tal como o Campo de Santana ou o Parque da Boa Vista, ambos no Rio de Janeiro. Vitória, objeto de nosso estudo, apresenta na passagem do século XIX para o XX a implementação de um programa de laicização do território da cidade que através de intervenções urbanísticas profundas tais como demolições, aterros etc., pretende relegar o espaço sagrado do antigo burgo colonial a espaço secundário e mesmo fadado a desaparecer, ou, a tornar-se secundário e até mesmo irrelevante. A paisagística, no seu contexto operacional, estético e conceitual, é, em grande parte responsável por essas importantes mudanças.

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O PARQUE MOSCOSO E A PRAÇA JOÃO CLÍMACO EM VITÓRIA – ES: JARDINS ROMÂNTICOS DO INICIO DO SÉCULO XX

  • DOI: 10.22533/at.ed.53321080310

  • Palavras-chave: jardim romântico; rocaille; laicização da cidade

  • Keywords: romantic garden; rocaille; secularization of the city

  • Abstract:

    At least two important gardens in the city of Vitória built at the turn of the 19th to the 20th century incorporated the art of the cascateiros masters; the art of rocaille, as it was called in France the artisanal practice of manufacturing decorative elements or furniture for romantic gardens with reinforced mortar and imitating stones or even branches and tree trunks. In the late nineteenth century, this tatic of the romantic landscape had become - within the inexorable logic of petty bourgeois common sense in yet another decontextualized elemento - suitable for purely decorative purposes. It is in this context that the landscape of cascateiros will spread in the public gardens of provincial cities. Vitória, object of this paper, presents in the passage from the 19th to the 20th century the implementation of a program of secularization of the city's territory that through deep urban interventions intends to relegate the sacred space of the old colonial village to a secondary space, and even destined to disappear. The practice of landescaping, in its operational, aesthetic and conceptual context, is largely responsible for these important changes.

  • Número de páginas: 15

  • Nelson Porto Ribeiro
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