O presente trabalho aborda a

literatura geográfica de Carlos Drummond

de Andrade, e a maneira com que se utilizou

de seus poemas e contos para relatar as

transformações vividas em Belo Horizonte e

Itabira. Em suas obras e crônicas de jornais,

sempre deixou transparecer seu cunho político

e a maneira como percebia as transformações

ocorridas, em Itabira devido à exploração

do minério, e em Belo Horizonte, por seu

crescimento desordenado e verticalização. A

leitura de Drummond traz elementos geográficos

relevantes para o resgate dessas paisagens,

além de mostrar como as mudanças entre 1930

e 1980 foram quase sempre abruptas para os

moradores dessas cidades. A metodologia

consistiu na leitura de suas obras, além de um

trabalho de campo em Itabira e Belo Horizonte,

para visualização das transformações

relatadas pelo escritor e comparar o cenário

atual das paisagens descritas por ele. Para o

avanço da pesquisa, foram usados conceitos

como Topofilia, trazido por Yi Fu Tuan, e a

relação entre literatura e geografia, a partir

de diferentes pontos de vista. Os resultados

da pesquisa se deram a partir da comparação

das obras escritas no início de sua vida e no

fim, buscando elementos característicos das

transformações ocorridas, a fim de trazer

traços da literatura para o meio geográfico,

partindo da observação de cidadãos comuns.

Também é necessário refletir no mundo que se

vive atualmente e comparar com elementos do

passado, será mesmo necessário transformar

as paisagens dessa maneira? Até quando se

dará a exploração do minério nessa velocidade?