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capa do ebook O NEOCONSTITUCIONALISMO COMO OFENSA AO ESTADO DE DIREITO

O NEOCONSTITUCIONALISMO COMO OFENSA AO ESTADO DE DIREITO

As antigas constituições brasileiras, enquanto instrumento político,

limitador de poderes, não cumpriram da melhor forma este papel durante todo

o período da história, pois antes da Constituição de 1988, estávamos

permeados de ilegitimidade, violação da legalidade constitucional, entre outras

ofensas à formação de um saudável Estado de Direito. A Constituição de 1988

representou o início ou mesmo a tentativa de se firmar um Estado de Direito,

com efetiva representatividade popular. No entanto, a história continua sendo

construída e no meio de seu curso, Doutrinadores defendem a existência de

uma nova ordem constitucional, nomeada de Neoconstitucionalismo. Este

Neoconstitucionalismo, para alguns, não representa uma novidade e pode ser

comparada com o velho conto “A Roupa nova do Rei”, de Hans-Christian

Andersen”. Com a teoria do Neoconstitucionalismo, a idéia que se defende é

da necessidade de transformar o estado legal em estado constitucional, onde

se identifica um novo paradigma na teoria jurídica e, por consequência, na

prática dos tribunais, que reconhecem a força normativa dos princípios e os

aplicam diretamente a cada um dos casos concretos. No entanto, a utilização

dos princípios como força normativa, aplicando-os diretamente ao caso

concreto trás maior elasticidade às normas e, por via de consequência, faz com

que o intérprete do direito tenha a liberdade de utilizar seus valores pessoais

em detrimento dos valores já enfrentados por uma pluralidade de

representantes do povo, no ato positivo de criação de normas de convívio

social ou, ainda, no ato omissivo de não criação de direito. A utilização dos

princípios de forma indiscriminada sob a roupagem de uma nova ordem

constitucional, portanto, deve ser analisada sob a ótica da ordem constitucional

no mundo, a fim de verificar se de fato existe um novo constitucionalismo e,

ainda, se a utilização desta técnica é legítima frente às escolhas da sociedade

representada pelo Congresso.

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O NEOCONSTITUCIONALISMO COMO OFENSA AO ESTADO DE DIREITO

  • DOI: 10.22533/at.ed.38420120512

  • Palavras-chave: constitucionalismo; neoconstitucionalismo; interpretação constitucional.

  • Keywords: constitutionalism; neoconstitutionalism; constitutional interpretation

  • Abstract:

    The Brazilian constitutions, as a political instrument, limiting

    powers, did not perform this role in the best way throughout history, because

    before the 1988 Constitution, we were permeated with illegitimacy, violation of

    constitutional legality, among other offenses to the formation of a healthy rule of

    law. The 1988 Constitution represented the beginning or even the attempt to

    establish a rule of law, with effective popular representation. However, history is

    still being built and in the middle of its course, Indoctrinators defend the

    existence of a new constitutional order, called Neoconstitutionalism. This

    neoconstitutionalism, for some, is not new and can be compared with the old

    tale “The King's New Clothes” by Hans-Christian Andersen. With the theory of

    neoconstitutionalism, the idea that is defended is the need to transform the legal

    state into a constitutional state, where a new paradigm is identified in the legal

    theory and, consequently, in the practice of the courts, which recognize the

    normative force of the principles and apply them directly to each of the specific

    cases. However, the use of the principles as a normative force, applying them

    directly to the specific case, brings greater elasticity to the norms and,

    consequently, makes the interpreter of the law free to use his personal values ​​to

    the detriment of those already established faced by a plurality of representatives

    of the people, in the positive act of creating norms of social coexistence or even

    in the omissive act of non-creation of rights. The use of the principles

    indiscriminately under the guise of a new constitutional order, therefore, must

    be analyzed from the perspective of the constitutional order in the world, in

    order to verify if indeed there is a new constitutionalism and also if the use of

    this technique is legitimate against the choices of the society represented by

    Congress.

  • Número de páginas: 12

  • Glalber Silvino Hora
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