O Mito de Origem do Kene: considerações sobre linguagem e arte
Esse artigo[1] é fruto de estudo elaborado durante processo de qualificação no doutoramento, em que se faz uma análise comparativa entre dois mitos de origem de grafismos indígenas. Para essa publicação será apresentado inicialmente o mito de origem do kene da etnia Huni Kuin, falantes de pano, habitantes da Amazônia acreana e peruana. Dialogando com autores como Mircea Eliade (2008), Machado Filho (2004) e Murad (2005) busca-se estabelecer uma atualização acerca do gênero discursivo mito. Ela irá trazer à tona, para a área da linguagem, questões relativas aos conceitos de símbolo e signo. Objetiva-se abordar a produção artística em contextos nativos, que “não funciona a partir da separação entre a vida cotidiana e a arte” equivalendo “a pensar a noção de pessoa e de corpo” (LAGROU, 2007, p. 41-50). Nesse trajeto, as noções de identidade e alteridade darão a ênfase na apresentação dos kene, os grafismos indígenas ou ‘desenhos’. Da narrativa mítica serão destacadas e analisadas imagens-símbolo da sucuri, da lua e do rio, que a compõem. Especial ênfase será dada ao cantar que acompanha o processo de ensino-aprendizagem das artes decoradas com kene.
[1] Esse artigo foi originalmente apresentado e publicado nos Anais do IX Simpósio Linguagens e Identidades da/na Amazônia Sul-Ocidental: Línguas e Literaturas Indígenas, Rio Branco: Nepan Editora, 2015.
O Mito de Origem do Kene: considerações sobre linguagem e arte
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DOI: 10.22533/at.ed.57222170517
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Palavras-chave: mito, imagem-símbolo, alteridade, kene, canto
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Keywords: myth, symbol-image, otherness, kene, chant
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Abstract:
This article is the result of a study carried out during the doctoral qualification process, in which a comparative analysis is made between two myths of origin of indigenous graphismus. For this publication, the myth of origin of the kene of the Huni Kuin ethnic group, pano speakers, inhabitants of the Acre and Peruvian Amazon will be presented initially. By dialoguing with authors such as Mircea Eliade (2008), Machado Filho (2004) and Murad (2005) we seek to establish an update on the discursive genre myth. It will bring to the surface, for the area of language, questions related to the concepts of symbol and sign. The objective is to approach artistic production in native contexts, which “does not work from the separation between everyday life and art” equivalent to “thinking the notion of person and body” (LAGROU, 2007, p. 41-50). In this path, the notions of identity and otherness will emphasize the presentation of kene, indigenous graphismus or 'drawings'. From the mythical narrative the symbol-images of the sucuri, the moon and the river, that compose it will be highlighted and analyzed. Special emphasis will be given to the singing/chanting that accompanies the teaching-learning process of the arts decorated with kene.
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Número de páginas: 21
- Heidi Soraia Berg