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O Lugar dos Sonhos no Xamanismo Yanomami: Uma Interpretação de A Queda do Céu

Este presente artigo é fruto de uma pesquisa de iniciação científica, com a duração de um ano (2021-2022), na qual foram analisadas diversas questões com a temática onírica e o xamanismo, como a importância dos sonhos dentro do contexto xamânico, os xamãs yanomami e a relevância de seus sonhos para o aspecto sociocultural yanomami. Para isso, foi utilizado, como grande referencial teórico, o livro originalmente publicado em 2010: “A Queda do Céu: Palavras de um Xamã Yanomami”. Como afirma o antropólogo brasileiro Eduardo Viveiros de Castro, autor do prólogo do livro, a obra é “uma narrativa etnográfica ao mesmo tempo poética e filosófica, crítica e reflexiva. Este é um livro sobre o Brasil.” (DE CASTRO,2015, p.12). Uma obra que embarca na longa trajetória do ativista e xamã yanomami Davi Kopenawa que, ao relatar sua vida para o antropólogo Bruce Albert, discorre sobre seu povo yanomami, sua cultura ancestral, os costumes do cotidiano e questões que enfrentam como povo minoritário.Um dos principais marcos da cultura yanomami, além de ser um símbolo ativo de resistência ao “liquidificador modernizante do ocidente” - frase usada por Eduardo Viveiros de Castro - é a conexão minuciosa que estabelece com a natureza e com o mundo metafísico, e que se expressa por meio do xamanismo. Assim, este artigo tem como objetivo principal, mergulhar no misterioso mundo dos sonhos e revelar a importância da atividade onírica para o povo yanomami. Este povo, com sua cosmovisão coletivista de integração, tem lutado, desde os primeiros contatos com a sociedade ocidental, contra diversos formatos de violências. Faz-se necessário, portanto, compreender a cosmovisão yanomami e suas concepções metafísicas da floresta e da terra que, de acordo com o xamã Davi Kopenawa, só pode morrer e acabar, se for destruída pelos ‘napë’ (linguagem yanomami para estrangeiro, branco).
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O Lugar dos Sonhos no Xamanismo Yanomami: Uma Interpretação de A Queda do Céu

  • DOI: 10.22533/at.ed.8732310106

  • Palavras-chave: Xamanismo; Sonhos; Yanomami; Povos Indígenas; A Queda do Céu.

  • Keywords: Shamanism; Dreams; Yanomami; Indigenous People; The Falling Sky

  • Abstract: This present article is the result of a year-long scientific research project (2021-2022), in which various issues related to the theme of dreams and shamanism were analyzed, such as the importance of dreams within the shamanic context, the yanomami shamans and the relevance of dreams to the yanomami sociocultural aspect. For this purpose, the book originally published in 2010, “The Falling Sky: Words of a Yanomami Shaman”, was used as a significant theoretical reference. As stated by the Brazilian anthropologist Eduardo Viveiros de Castro, the author of the book’s prologue, the work is “an ethnographic narrative that is simultaneously poetic and philosophical, critical and reflective. This is a book about Brazil.” (DE CASTRO,2015,p.12). It embarks on the long journey of the activist and yanomami shaman Davi Kopenawa, who, when recounting his life to the anthropologist Bruce Albert, discusses his yanomami people, their ancestral culture, everyday customs and the issues they face as a minority group. One of the main markers of yanomami culture, besides being an active symbol of resistance to the “blender of modernity from the West” - a phrase used by Eduardo Viveiros de Castro - is the meticulous connection they establish with nature and the metaphysical world, expressed through shamanism. Therefore, the main objective of this article is to delve into the mysterious world of dreams and reveal the importance of dream activity for the yanomami people. These people, with their collectivist worldview of integration, have been fighting against various forms of violence since their first contact with Western society. Therefore, it is necessary to understand the yanomami worldview and their metaphysical conceptions of the forest and the land, which, according to shaman Davi Kopenawa, can only die and disappear if destroyed by “napë” (the Yanomami term for foreigners, white people).

  • Carolina de Alencar Monteiro Hipolito
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