Os Brunzundangas é uma obra que se passa no ano de 1923, período em que o Brasil está na primeira República. É nesse contexto que Lima Barreto, utiliza do gênero crônica, para criar um país fictício, "Bruzundanga", no qual ele mesmo residia e satiriza a primeira fase da república brasileira, por meio das personagens criadas e que habitam este país e vivem os desajustes e a desorganização em todos os setores da administração pública. O final do século XIX e início do século XX, é marcada pela ascensão da burguesia no poder, a revolução industrial, sobretudo com as lavouras de café, movimento da Escola Nova e pela preocupação com a constituição de uma instrução pública brasileira, devido aos altos índices de analfabetismo que aumentava a cada década. O objetivo deste artigo é analisar qual o lugar da escola no projeto de constituição da sociedade brasileira na obra “Os Brunzundangas” de Lima Barreto. Para isso, serão utilizados como fontes de pesquisa os textos de Maria Elizabete Sampaio Prado Xavier, “Poder político e educação de elite”, “A Universidade temporã. O ensino superior, da Colônia à Era Vargas” de Luiz Antônio Cunha e como fonte complementar o artigo “A escola brasileira representada em duas obras ficcionais no final do século XIX e início do século XX” de Francisco Ari Andrade. Pretende-se, também, identificar os vestígios da educação vinculada ao Brasil colonial e imperial no sistema educacional representado em Bruzundanga.