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O Idoso e a Institucionalização: O Fenómeno da Solidão e Abandono

O envelhecimento demográfico acentuado tem conduzido ao aumento da institucionalização de idosos, uma realidade que, embora necessária em muitos casos, está recorrentemente associada à solidão e ao abandono. Este artigo apresenta uma revisão de literatura que analisou estudos nacionais e internacionais sobre os fatores que conduzem à institucionalização, bem como as consequências desta realidade na saúde física e mental dos idosos. Os resultados da revisão indicam que a institucionalização é muitas vezes motivada por transformações nas dinâmicas familiares, pela incapacidade das redes de suporte em responder a situações de dependência e pela limitação de recursos comunitários. Contudo, a vivência em instituições tende a acentuar a rutura com vínculos afetivos e sociais, promovendo sentimentos de perda de identidade, isolamento e desvalorização. A solidão e o abandono surgem, assim, como experiências centrais no dia a dia institucional, com repercussões negativas significativas. No domínio da saúde, a revisão mostra que a solidão prolongada se associa ao aumento da prevalência de depressão, ansiedade, perturbações do sono e risco de suicídio. Fisicamente, relaciona-se com maior incidência de doenças cardiovasculares, declínio cognitivo e maior vulnerabilidade a demência, configurando-se como determinantes sociais da saúde. A revisão aponta ainda para a importância de intervenções multicomponentes, que integrem programas de socialização, envolvimento familiar e qualificação dos cuidadores. Tais estratégias revelam-se cruciais para transformar a institucionalização num espaço não apenas de cuidados físicos, mas também de inclusão, pertença e dignidade no envelhecimento.
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O Idoso e a Institucionalização: O Fenómeno da Solidão e Abandono

  • DOI: https://doi.org/10.22533/at.ed.9161125180310

  • Palavras-chave: Institucionalização; Solidão; Abandono; Idoso; Revisão de literatura

  • Keywords: Institutionalization; Loneliness; Abandonment; Elderly; Literature review

  • Abstract: Sharp demographic aging has led to an increase in the institutionalization of older adults, a reality that, while necessary in many cases, is recurrently associated with loneliness and abandonment. This article presents a literature review that analyzed national and international studies on the factors that lead to institutionalization, as well as the consequences of this reality on the physical and mental health of older adults. The results of the review indicate that institutionalization is often motivated by changes in family dynamics, the inability of support networks to respond to situations of dependency, and limited community resources. However, living in institutions tends to exacerbate the rupture of emotional and social bonds, fostering feelings of loss of identity, isolation, and devaluation. Loneliness and abandonment thus emerge as central experiences in the daily life of institutions, with significant negative repercussions. In the health field, the review shows that prolonged loneliness is associated with an increased prevalence of depression, anxiety, sleep disorders, and suicide risk. Physically, it is associated with a higher incidence of cardiovascular disease, cognitive decline, and increased vulnerability to dementia, constituting social determinants of health. The review also highlights the importance of multicomponent interventions that integrate socialization programs, family involvement, and caregiver training. Such strategies prove crucial to transforming institutionalization into a space not only for physical care, but also for inclusion, belonging, and dignity in aging.

  • Bruno Santos
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