O ESTUDANTE COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA NAS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS
Em meio ao tardio reconhecimento do TEA dentro de uma política educacional, atualmente os dados oficiais estatísticos, sobretudo os dados do Censo da Educação Superior de 2017, evidenciam que os estudantes com TEA estão ingressando na educação superior. Ao considerarmos este público acessando os cursos de graduação, faz-se necessário ampliar estudos que tenham como foco a entrada deles e permanência na educação superior. Sendo assim, este público precisa de políticas e práticas institucionais com qualidade na educação superior, já que sua história revelou que a estigmatização foi muito forte. A temática elegida colabora na construção do conhecimento enquanto ciência, contribuindo socialmente no sentido de evidenciar se os direitos garantidos nas políticas educacionais asseguram o acesso e a permanência deste público. Esta pesquisa teve como principais objetivos analisar a trajetória de acesso e permanência dos estudantes com TEA matriculados em universidades federais nos cursos de graduação, discorrendo sobre as barreiras e os facilitadores apontados tanto pelas instituições quanto pelos estudantes com TEA. Para a apresentação desta tese, optou-se por dividi-lo em dois estudos: O Estudo 1, intitulado “Mapeamento dos estudantes com Transtorno do espectro autista nas universidades federais a partir dos microdados do censo da educação superior”, aproxima-se de uma pesquisa de caráter exploratória, pois foram explorados os dados do Censo da Educação Superior do ano de 2017 a fim de checar a quantidade de matrículas dos estudantes autodeclarados com TEA, formas de acesso e serviços utilizados dentro das universidades federais. Como resultado, foi criado um banco de dados específico sobre os estudantes com TEA nas universidades federais que possibilitou verificar a quantidade de estudantes com TEA, os números mostraram divergência com a realidade das universidades. O estudo 2, nomeado de “A inclusão de estudantes com TEA nas universidades federais”, caracteriza-se como uma pesquisa de abordagem qualitativa. Para este estudo, os dados foram coletados junto a seis universidades federais, conforme critérios estabelecidos a partir do estudo 1. Tivemos a participação de quatorze estudantes com TEA e cinco coordenadores/as dos núcleos de acessibilidade que responderam questionários e também fizeram parte da entrevista semiestruturada. A investigação realizada foi um estudo de natureza qualitativa, com técnicas de análise de conteúdo. A inferência e interpretação se deu nas categorias: 1) Percurso escolar na educação básica, 2) Práticas institucionais para acesso e permanência e 3) Barreiras e facilitadores para o acesso e permanência. Pode-se observar que os núcleos de acessibilidade são quem viabilizam as políticas institucionais para os estudantes PAEE, no entanto não poderiam ser vistos como único responsável para a acessibilidade e inclusão de estudantes PAEE (TEA) dentro da universidade. São poucos os recursos humanos e financeiros que compõem os núcleos de acessibilidade para o tamanho da demanda que atendem, tornando-se uma barreira. Os monitores foram considerados um apoio a mais para a inclusão e permanência do estudante com TEA nas universidades.
O ESTUDANTE COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA NAS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS
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DOI: 10.22533/at.ed.377221402
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Palavras-chave: Estudante, Transtorno do Espectro Autista, Universidades, Ensino Superior, Acesso e permanência.
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Keywords: Estudante, Transtorno do Espectro Autista, Universidades, Ensino Superior, Acesso e permanência.
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Abstract:
Em meio ao tardio reconhecimento do TEA dentro de uma política educacional, atualmente os dados oficiais estatísticos, sobretudo os dados do Censo da Educação Superior de 2017, evidenciam que os estudantes com TEA estão ingressando na educação superior. Ao considerarmos este público acessando os cursos de graduação, faz-se necessário ampliar estudos que tenham como foco a entrada deles e permanência na educação superior. Sendo assim, este público precisa de políticas e práticas institucionais com qualidade na educação superior, já que sua história revelou que a estigmatização foi muito forte. A temática elegida colabora na construção do conhecimento enquanto ciência, contribuindo socialmente no sentido de evidenciar se os direitos garantidos nas políticas educacionais asseguram o acesso e a permanência deste público. Esta pesquisa teve como principais objetivos analisar a trajetória de acesso e permanência dos estudantes com TEA matriculados em universidades federais nos cursos de graduação, discorrendo sobre as barreiras e os facilitadores apontados tanto pelas instituições quanto pelos estudantes com TEA. Para a apresentação desta tese, optou-se por dividi-lo em dois estudos: O Estudo 1, intitulado “Mapeamento dos estudantes com Transtorno do espectro autista nas universidades federais a partir dos microdados do censo da educação superior”, aproxima-se de uma pesquisa de caráter exploratória, pois foram explorados os dados do Censo da Educação Superior do ano de 2017 a fim de checar a quantidade de matrículas dos estudantes autodeclarados com TEA, formas de acesso e serviços utilizados dentro das universidades federais. Como resultado, foi criado um banco de dados específico sobre os estudantes com TEA nas universidades federais que possibilitou verificar a quantidade de estudantes com TEA, os números mostraram divergência com a realidade das universidades. O estudo 2, nomeado de “A inclusão de estudantes com TEA nas universidades federais”, caracteriza-se como uma pesquisa de abordagem qualitativa. Para este estudo, os dados foram coletados junto a seis universidades federais, conforme critérios estabelecidos a partir do estudo 1. Tivemos a participação de quatorze estudantes com TEA e cinco coordenadores/as dos núcleos de acessibilidade que responderam questionários e também fizeram parte da entrevista semiestruturada. A investigação realizada foi um estudo de natureza qualitativa, com técnicas de análise de conteúdo. A inferência e interpretação se deu nas categorias: 1) Percurso escolar na educação básica, 2) Práticas institucionais para acesso e permanência e 3) Barreiras e facilitadores para o acesso e permanência. Pode-se observar que os núcleos de acessibilidade são quem viabilizam as políticas institucionais para os estudantes PAEE, no entanto não poderiam ser vistos como único responsável para a acessibilidade e inclusão de estudantes PAEE (TEA) dentro da universidade. São poucos os recursos humanos e financeiros que compõem os núcleos de acessibilidade para o tamanho da demanda que atendem, tornando-se uma barreira. Os monitores foram considerados um apoio a mais para a inclusão e permanência do estudante com TEA nas universidades.
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Número de páginas: 162
- Vanessa Caroline da Silva