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capa do ebook O espectador emancipado e o fim pedagógico da estética/obra de arte

O espectador emancipado e o fim pedagógico da estética/obra de arte

O diretor Luiz Fernando Carvalho

afirma que seu trabalho televisivo dialoga

diretamente com a questão da educação. No

entanto, nem por esta razão, ele crê que as

dificuldades e resistências enfrentadas por

sua estética, na Rede Globo, devam-se ao

contingente populacional ignorante que se

encontra diante da tela. Ou seja, que ao fim

e ao cabo, o trabalho de direção teria que

atacar, sobretudo, um problema central, qual

seja: o dessaber do espectador. Ora, se antes

de experimentar “verdadeiramente” novelas

como Velho Chico (2016) e minisséries como

Hoje é Dia de Maria (2005) e a Pedra do Reino

(2007), o público tivesse que ser preparado e

cultivado com conhecimentos específicos, este

não aprenderia somente conteúdos literários

e artísticos, mas também estabeleceria uma

relação com o próprio saber estético, visto

que existiriam os que o dominam e ocupam o

lugar do mestre, e os que dele nada sabem e,

deste modo, precisariam evoluir ao patamar

do primeiro. Diante do exposto, problematizase: então, a questão é política e não pode

ser reduzida à hierarquização das faculdades

intelectuais e sensíveis das pessoas? O que

embrutece o público de televisão é a insistência e

a reiteração sob um mesmo regime de exibição?

A resposta a estas questões será embasada

teórica e metodologicamente pelos conceitos

de emancipação e de estética propostos pelo

filósofo francês Jacques Rancière, que se

encontram distantes das concepções de mestre

sábio ou de artista pedagogo, que teriam a

missão de ensinar, elevar ou libertar o indivíduo

de sua insipiência.

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O espectador emancipado e o fim pedagógico da estética/obra de arte

  • DOI: 10.22533/at.ed.83819250410

  • Palavras-chave: Luiz Fernando Carvalho; Jacques Rancière; estética; emancipação; educação.

  • Keywords: Luiz Fernando Carvalho; Jacques Rancière; aesthetics; emancipation; education.

  • Abstract:

    The director Luiz Fernando

    Carvalho states that his television’s works

    dialogues directly with the education issues.

    However, not only for this reason, he believes

    that the difficulties and resistances faced by

    his aesthetics, in the Rede Globo, are due to

    the ignorant population contingent that are in

    front of the screen. That is to say that, at the

    end of it, the work of direction would have to

    attack, above all, a central problem, namely:

    the spectator’s lack of knowledge. If, before

    “really” experiencing soap operas like “Velho

    Chico” (2016), and miniseries such as “Hoje é

    Dia de Maria” (2005) and “A Pedra do Reino”

    (2007), the public had to be prepared and 

    cultivated with specific knowledge, they would learn not only about literary and artistic

    contents, but they would also establish a relation with the aesthetic knowledge itself,

    since there would be those who dominate it and occupy the place of the master, and

    those who know nothing of it, and thus, need to evolve to the level of the first group.

    In view of what was said above, we problematize: then, is the question political and

    cannot be reduced to the hierarchy of the intellectual and sensitive faculties of people?

    Is the insistence and reiteration under the same exhibition regime what leaves the

    television audience so “crude”? The answer to these questions will be theoretically and

    methodologically based in the concepts of emancipation and aesthetics proposed by

    the French philosopher Jacques Rancière, who are far from the usual conceptions of

    “wise teacher” or “pedagogic artist”, who would have the mission to teach, elevate, or

    liberate, the individual of his own insipidity.

  • Número de páginas: 15

  • Michelle dos Santos
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