O ESPAÇO PARA EXPRESSÃO DA SUBJETIVIDADE NA FORMAÇÃO ESCOLAR DO LEITOR
O artigo objetiva tornar evidente a necessidade de implementação de práticas de leitura literária que possibilitem aos jovens leitores, com cuja formação a escola pretende contribuir, expressar suas impressões, sentimentos e descobertas sem a regular deslegitimação da singularidade de suas leituras. Nesse sentido, por meio da análise do resultado de uma prática de letramento literário realizada em uma turma de 7º ano do Ensino Fundamental II do Colégio Universitário Geraldo Reis – Coluni/UFF, pretende-se trazer elementos que contribuam para a formação do leitor. Compreendendo com CHARTIER (2009) que se utilizar do que a norma escolar exclui, na prática de letramento literário, configura-se como suporte inicial para acesso a leituras de maior densidade, propôs-se, para atividade de leitura trimestral da turma 701, um conjunto de livros de literatura não canônica na tentativa de permitir que o aluno pudesse fazer ligações com o seu universo de leitor (ROUXEL, 2013). Livros de escritores brasileiros e estrangeiros e de literatura catalogada como "young adult" ou infantojuvenil, alguns best sellers, aos quais se imputam críticas negativas por seu duvidoso valor literário, a saber Minha vida fora de série, de Paula Pimenta, Bilionários por acaso: a criação do Facebook, de Ben Mezrich, A queda dos cinco, Pittacus Lore, dentre outros, compuseram a lista. Nos intervalos de leitura (COSSON, 2009), foram solicitados registros, escritos em sua maior parte em forma de diário, que evidenciaram como os estudantes fizeram a “utilização” da leitura (ECO, 1994).
O ESPAÇO PARA EXPRESSÃO DA SUBJETIVIDADE NA FORMAÇÃO ESCOLAR DO LEITOR
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DOI: https://doi.org/10.22533/at.ed.36121090714
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Palavras-chave: Leitura; Literatura; Letramento; Subjetividade; Escola
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Keywords: THE SUBJECTIVE EXPRESSION SPACE IN THE SCHOOL READER FORMATION
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Abstract:
This article aims to indicate the necessity of implementation of literary reading practices which allow young readers – whose education the school intends to contribute to – to express their impressions, feelings and discoveries without the regular delegitimisation of their reading singularity. In this sense, through the analysis of a literary literacy practice, this article intends to bring elements which contribute to remove literature from the danger in which its schooling put it through, according to Todorov (2009). In line with Chartier (2009) – who understands that, in literary literacy practice, drawing on what school norm excludes sets up an initial support to access higher density readings −, it is proposed the use of a set of non-canonical literature books for a quarterly reading activity of an elementary school class, in an attempt to allow the student to make connections with his/her reader universe (Rouxel, 2013). This set was composed by books of Brazilian and foreign writers of literature classified as young adult or youth literature, including some best sellers which ascribe negative reviews due to its questionable literary value, namely Minha vida for a de série, by Paula Pimenta, The Accidental Billionaires: The Founding of Facebook, by Ben Mezrich, The Fall of Five, by Pittacus Lore, among others. In the reading intervals (Cosson, 2009), written records were requested, mostly as a diary, which highlighted how students made the “use” of reading (Eco, 1994).
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Número de páginas: 13
- Márcia de Assis Ferreira