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O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA COMO L2 PARA ALUNOS SURDOS DO 6º AO 9º ANO ASSISTIDOS PELO ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO (AEE) EM ESCOLAS PÚBLICAS DE TERESINA

A educação voltada às pessoas surdas factualmente pauta-se em discursos de cunho oralista, ou seja, práticas que primam pela língua oral em detrimento da língua de sinais. Contudo, vive-se um processo de emancipação político-pedagógica, com projetos de ensino que valorizam a língua de sinais, o que facilita o aprendizado de uma segunda língua, no caso do surdo brasileiro, a língua portuguesa. Um desses projetos é o Atendimento Educacional Especializado (AEE), que para o aluno surdo, deve acontecer em três momentos: I – AEE em Libras; II – AEE para o ensino de Libras; e III – AEE para o ensino de língua portuguesa como L2. É debruçando-se sobre esse terceiro momento do AEE que esta pesquisa se desenvolve. Então, a fim de contemplar o objetivo geral, qual seja analisar as estratégias utilizadas pelos professores de AEE para o ensino de língua portuguesa como L2 para os alunos surdos, propõem-se os seguintes objetivos específicos: conhecer as estratégias de ensino utilizadas pelos professores de AEE para o ensino de língua portuguesa como L2 para alunos surdos em escolas públicas de Teresina – PI; verificar se tais estratégias de ensino atendem às especificidades linguísticas do aluno surdo; identificar se essas estratégias são eficazes para o aprendizado de língua portuguesa enquanto segunda língua. Dessa forma, este estudo pauta-se, sobremaneira, nos trabalhos de Stumpf (2005); Capovilla (2009); Lodi (2010); Goldfeld (2002); Quadros

e Schmiedt (2006); Quadros (2006, 2019); Guarinello (2007); Lima (2018); Alves (2020); Damázio (2007); Brasil (2021), entre outros. Tendo em vista os objetivos designados, realiza-se esta investigação a partir de uma abordagem de natureza qualitativa-descritiva e explicativa, contando com a colaboração de oito professores de alunos surdos do 6º ao 9º ano, em salas de AEE de escolas da Rede Pública Estadual de Teresina – PI. A coleta de dados realizou-se por meio de entrevista semiestruturada, realizada de forma remota, pela plataforma Google Meet, em virtude do atual momento pandêmico gerado pela infecção por Covid-19. A análise dos dados permitiu constatar que embora os professores entrevistados considerem as estratégias por eles utilizadas eficazes para o aprendizado de português enquanto segunda língua, a falta de formação específica para o ensino de português, seja pela não habilitação do docente em nível de graduação ou pela não realização/disponibilização de cursos de capacitação voltados à essa questão, em maior ou menor grau, prejudica o desenvolvimento de atividades mais específicas e

assertivas para o ensino de português enquanto L2 para os alunos surdos atendidos pelo AEE. De acordo com esta pesquisa, os cursos disponibilizados pelas instituições de ensino aos professores de AEE e/ou os cursos que estes realizaram para se capacitarem enquanto professores de AEE para surdos estão, em sua ampla maioria, voltados ao aprendizado da língua de sinais e não ao aprendizado do português enquanto segunda língua para surdos.

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O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA COMO L2 PARA ALUNOS SURDOS DO 6º AO 9º ANO ASSISTIDOS PELO ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO (AEE) EM ESCOLAS PÚBLICAS DE TERESINA

  • DOI: 10.22533/at.ed.284230401

  • Palavras-chave: AEE; surdez; estratégias de ensino; português; L2.

  • Keywords: AEE; deafness; teaching strategies; Portuguese; L2.

  • Abstract:

    Education aimed at deaf people is factually based on oralist discourses, that is, practices that emphasize oral language to the detriment of sign language. However, there is a process of political-pedagogical emancipation, with teaching projects that value sign language, which facilitates the learning of a second language, in the case of the Brazilian deaf, Portuguese. One of these projects is the Specialized Educational Assistance (AEE), which, for the deaf student, must take place in three moments: I – AEE in Libras; II – AEE for teaching Libras; and III – AEE for teaching Portuguese as a L2. It is by focusing on this third moment of the AEE that this research develops. So, in order to contemplate the general objective, which is to analyze the strategies used by AEE teachers for teaching Portuguese as a L2 language for deaf students, the following specific objectives are proposed: to know the teaching strategies used by teachers of AEE for teaching Portuguese language as L2 for deaf students in public schools in Teresina - PI; verify if such teaching strategies meet the linguistic specificities of the deaf student; to identify whether these strategies are effective for learning Portuguese as a second language. Thus, this study is largely based on the work of Stumpf (2005); Capovilla (2009); Lodi (2010); Goldfeld (2002); Quadros and

    Schmiedt (2006); Tables (2006, 2019); Guarinello (2007); Lima (2018); Alves (2020); Damázio (2007); Brazil (2021), among others. In view of the designated objectives, this investigation is carried out from a qualitative-descriptive and explanatory approach, with the collaboration of eight teachers of deaf students from the 6th to the 9th grade, in AEE rooms in state public schools of Teresina – PI. Data collection was carried out through a semi-structured interview, carried out remotely, by the Google Meet platform, due to the current pandemic moment generated by the Covid-19 infection. Data analysis showed that although the interviewed teachers consider the strategies used by them to be effective for learning Portuguese as a second language, the lack of specific training for teaching Portuguese, either due to the non-qualification of the teacher at the undergraduate level or due to the lack of specific training for teaching Portuguese failure to carry out/provide training courses aimed at this issue, to a greater or lesser extent, impairs the development of more specific and assertive activities for teaching Portuguese as a L2 for deaf students assisted by the AEE. According to this research, the courses offered by educational institutions to AEE teachers and/or the courses they took to train themselves as AEE teachers for the deaf

    are, for the most part, aimed at learning sign language and not to learning Portuguese as a second language for the deaf.

  • Número de páginas: 134

  • Anesio Marreiros Queiroz
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