O EMPREGO DA REABILITAÇÃO CARDIOPULMONAR METABÓLICA NO TRATAMENTO DE PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
Nos dias de hoje, a insuficiência cardíaca (IC) é vista como uma síndrome complexa de mau prognóstico que envolve múltiplos sistemas e mecanismos compensatórios neuro-humorais. As manifestações são decorrentes de um insuficiente débito cardíaco e deflagram-se a partir de disfunções endoteliais, alterações musculoesqueléticas, anormalidades do fluxo sanguíneo e dispneia, de modo que todas convirjam à uma intolerância ao esforço físico. A Reabilitação Cardiopulmonar e Metabólica (RCPM), isto é, a integração de ações não farmacológicas, as quais visam aprimorar condições físicas, psicológicas e sociais do paciente com doença cardiovascular, pulmonar e metabólica, exerce de maneira efetiva a melhora da capacidade funcional, diminui o estresse, melhora a qualidade de vida e reduz tanto a mortalidade de causa cardiovascular quanto a geral.
No processo fisiopatológico da IC, mecanismos compensatórios são ativados para estabilizar a hemodinâmica e sustentar a perfusão dos órgãos. Ocorre hiperativação simpática, aumento da frequência cardíaca e atividade do sistema renina-angiotensina aldosterona e do ADH. Com o tempo, ação desses hormônios promove remodelamento ventricular, favorecendo a progressão da IC.
A RCPM melhora a classe funcional NYHA desses pacientes por aumentar a tolerância ao exercício e a função cardíaca através de um maior cronotropismo e perfusão sanguínea. A atividade física continuada promove um aumento da atividade parassimpática, caracterizada por redução da frequência cardíaca em repouso e nos esforços submáximos, além restaurar a capacidade vasodilatadora em pacientes com IC, elevando a síntese endotelial de NO. Estes efeitos vasodilatadores perduram, em média, por até seis semanas após cessar o treinamento. A atividade regular, com inclusão de exercícios respiratórios, auxilia na adequação dos parâmetros ventilatórios, com melhora no grau de dispneia, favoravelmente na tolerância ao esforço. Ocorre um retardo no início do acúmulo de lactado sanguíneo exibindo menor limitação no desempenho das atividades cotidianas. Especificamente na IC, está elucidado um discreto aumento do volume sistólico além da melhora do débito cardíaco, um aumento da tolerância ao esforço e exercício, assim como melhora até da função ventricular esquerda.
O EMPREGO DA REABILITAÇÃO CARDIOPULMONAR METABÓLICA NO TRATAMENTO DE PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
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DOI: 10.22533/at.ed.61921140521
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Palavras-chave: reabilitação, exercício físico, qualidade de vida.
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Keywords: rehabilitation, physical exercise, quality of life.
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Abstract:
Today, heart failure (HF) is seen as a complex syndrome of poor prognosis that involves multiple neurohumoral systems and compensatory mechanisms. The manifestations are due to insufficient cardiac output and are triggered by endothelial dysfunctions, musculoskeletal changes, abnormalities in blood flow and dyspnea, so that all converge to an intolerance to physical effort. Cardiopulmonary and Metabolic Rehabilitation (RCPM), that is, the integration of non-pharmacological actions, which aim to improve the physical, psychological and social conditions of patients with cardiovascular, pulmonary and metabolic diseases, effectively improve functional capacity, decrease stress, improves quality of life and reduces both cardiovascular and general mortality.
In the pathophysiological process of HF, compensatory mechanisms are activated to stabilize hemodynamics and sustain organ perfusion. Sympathetic hyperactivation, increased heart rate and activity of the renin-angiotensin aldosterone system and ADH occur. Over time, the action of these hormones promotes ventricular remodeling, favoring the progression of HF.
CPR improves these patients' NYHA functional class by increasing exercise tolerance and cardiac function through increased chronotropism and blood perfusion. Continued physical activity promotes an increase in parasympathetic activity, characterized by a reduction in heart rate at rest and in submaximal efforts, in addition to restoring the vasodilator capacity in patients with HF, increasing the endothelial synthesis of NO. These vasodilatory effects last, on average, for up to six weeks after training ceases. Regular activity, including breathing exercises, helps to adjust the ventilatory parameters, with an improvement in the degree of dyspnea, favorably in tolerance to effort. There is a delay in the beginning of the accumulation of blood lactate, showing less limitation in the performance of daily activities. Specifically, in HF, a slight increase in stroke volume is elucidated, in addition to an improvement in cardiac output, an increase in tolerance to effort and exercise, as well as an improvement in left ventricular function.
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Número de páginas: 6
- Murilo Santana Fonseca
- Leonardo Bruno Fonseca Moraes
- Antonio Celso Domingues Prado
- Samara Ariane de Melo
- Ana Beatriz Galhardo
- Claudia Helena Cury Domingos
- Ana Laura Pereira Bernardes