O Diretório dos Índios de 1755: Economia, Trabalho e Polícia no Reformismo Luso-Brasileiro
O artigo pretende analisar quais
foram os principais argumentos retóricos
utilizados no Diretório dos Índios, a fim de
compreender como o receituário modernizador
foi “testado” na região do Grão-Pará e Maranhão
dando origem a práticas que pretendiam
minorar a pobreza, extinguindo vagabundos,
vadios e ociosos. O Diretório dos Índios foi
elaborado em 1755 e entrou em vigor em todo
o território colonial a partir de 1757; possui
95 artigos que sumariam as diretivas sobre o
governo português para a região do Grão-Pará
e Maranhão. Frequentemente analisado como
um instrumento de aculturação dos indígenas,
o Diretório partia de uma série de querelas mais
amplas e menos contingentes, que acabavam
por conectar as distantes regiões do norte da
América aos debates sobre as formas mais
acertadas de gerar riqueza em pauta nas cortes
europeias. Foi a partir de uma proposição de
fundo econômico, que o governo pombalino
condenou a falta de “polícia” dos indígenas,
inserindo-os em uma concepção mais larga de
pobreza, de modo a delinear novas formas de
desenvolvimento por meio do trabalho útil. Do
ponto de vista legal, as justificativas observadas
no Diretório e na Intendência compartilham um
repertório comum de reflexões a respeito do
aumento das populações e do trabalho útil como
maneiras eficazes de assegurar o crescimento
e a segurança do Estado, que se delineou em
meados do século XVIII.
O Diretório dos Índios de 1755: Economia, Trabalho e Polícia no Reformismo Luso-Brasileiro
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DOI: 10.22533/at.ed.8381925047
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Palavras-chave: Reformismo LusoBrasileiro, Trabalho, Polícia, Racionalida Econômica, História Intelectual
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Keywords: Enlightened Reformism, Work, Police, Economic Rationality, Intellectual History
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Abstract:
The article intends to analyze the
main rhetorical arguments used in the “Directory
of the Indians” in order to understand how the
modernizing recipe was “tested” in the region of
Grão-Pará and Maranhão giving rise to practices
intended to reduce poverty, extinguishing
vagabonds, vagrants and idles. The Directory
of the Indians was elaborated in 1755 and
entered into force in all the colonial territory from
1757; has 95 articles that would summarize the
directives on the Portuguese government for the
region of Grão-Pará and Maranhão. Frequently
analyzed as an instrument of acculturation
of the natives, the Directory was based on a
series of broader and less contingent quarrels
that eventually connected the distant regions of
North America to the debates on the most successful ways of generating wealth on
the European courts. It was from an economic proposal that the Pombal’s government
condemned the lack of “police” of the Indians, inserting them into a broader conception
of poverty, in order to outline new forms of development through useful work. From a
legal point of view, the justifications observed in the Directory and Intendance share
a common repertoire of reflections on population growth and useful work as effective
ways of ensuring the growth and security of the state, which was outlined in the middle
of the century XVIII.
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Número de páginas: 15
- Bianca Racca Musy