O CUIDADO À SAÚDE MENTAL DA ENFERMAGEM – QUEM CUIDA DO CUIDADOR? NURSING MENTAL HEALTH CARE - WHO CARES FOR THE CAREGIVER?
Trata-se a enfermagem como um potencial sob constante tensão. Seu principal cuidado de trabalho é uma pessoa que perpassa por um processo de doença, um indivíduo comprometido na integridade física, psíquica e social, ou seja, no seu biopsicossocial. A sucessão dos dias do profissional de saúde é permeada por desafios, conflitos e obstáculos diante de cada ato, de cada pessoa com quem se depara em sua práxis profissional. Lidar com o sofrimento do outro, impacienta, e em alguns momentos reviver momentos pessoais de sofrimento, implica se identificar com a pessoa que sofre e sofrer junto com ela. Não é incomum que os profissionais de saúde muitas vezes vivam no seu contexto familiar conflitos ou dificuldades afetivas e materiais. Sua saúde mental nem sempre é boa, devido ao estresse do cotidiano de trabalho. Atingindo muitas vezes a instabilidade e desconforto emocional. Portanto, torna-se necessário uma nova abordagem estratégica no que condiz ao cuidado e percepção de saúde mental do profissional de enfermagem. A saúde mental é um problema de saúde pública atual grave e debilitante que aflige todas as classes sociais, assim como o paciente, suas famílias, e seu convívio social. Em especial, quando se trata de um cuidador. A enfermagem presta uma assistência que leva a uma convivência mais equilibrada à qualidade de vida; estando portanto por um longo período presente na vida das pessoas. Justificativa: A prevalência da síndrome de Burnout nesse estudo mostrou-se elevada. Os dados são cada vez mais preocupantes, tendo em vista uma alta prevalência da síndrome em profissionais da enfermagem. Espera-se através desse trabalho, gerar maior visibilidade para com o tema, sendo de suma relevância para que os profissionais de enfermagem busquem a ajuda necessária e que a sociedade se atente para cuidado do cuidador. Objetivos: O presente estudo pretende demonstrar que medidas, de prevenção e promoção à saúde mental do profissional de enfermagem, precisam ser praticadas nos ambientes de trabalho a fim de evitar futuros agravos à mesma. Dessa forma, possibilitar que fatores estressores do cotidiano de trabalho não sejam carregados para o dia a dia do profissional, fazendo com que ele evite doenças somáticas. Metodologia: O Estudo trata-se de uma revisão da literatura, quanto à abordagem do problema, possui aspecto qualitativo. Resultados e discussões: A síndrome de Bornout tem sido apontada como grave problema de saúde pública, acometendo muitos profissionais de saúde, principalmente a equipe de enfermagem. Isto se deve as longas jornadas de trabalho, as condições ambientais, e também, somam-se a esses fatores, a rígida estrutura hierárquica, a execução de ações repetitivas, o número limitado de recursos humanos e materiais, o desgaste psicoemocional nas tarefas realizadas e a pressão de chefias, dos colegas de trabalho e dos próprios pacientes e familiares (Becker & Oliveira, 2008; Faria Barboza, & Domingos, 2005). A resistência do profissional em buscar o cuidado está ligada a representação social do trabalho. Muitas vezes o sofrimento e o desgaste mental sofrem uma banalização, gerando no profissional uma resistência a falar sobre o assunto, pois a realização, status social, ego e formação da identidade pessoal e profissional, geram uma “pressão” para que o profissional esteja sempre bem. Trazemos aqui neste estudo também uma possível correlação entre automedicação e depressão, bem como um distanciamento e agravamento de problemas relacionados à saúde mental, visto que para a enfermagem, a fácil manipulação de medicação, ou seja, o fácil acesso a certas condutas e pré conceitos se estabelecem favorecendo o agravamento de condições para o estado de declínio psicológico, agravado pela falta de tempo, oriundo do longo período de trabalho e das cargas excessivas, bem como das jornadas duplas. Considerações Finais: É a enfermagem, no papel fundamental do enfermeiro, como elo do cuidado, aquele que desenvolve ações ao longo de períodos com a equipe multiprofissional, onde vão atuar de forma a desenvolver o restabelecimento da saúde biopsicossocial de um paciente bem como envolver também sua família. Para tanto, a presença do enfermeiro é esperada através do zelo do dia a dia e por processos de cuidados, considerado, agente do resgate da qualidade de vida cognitiva e emocional, para que tudo isso ocorra de forma natural e até imperceptível, o enfermeiro precisa estar bem consigo mesmo. Suas funções devem estar totalmente estabelecidas com a hemodinâmica corporal. Diante dos fatos apresentados, ainda é observado o preconceito e ignorância acerca do tema de saúde mental, que ressoa na resistência dos profissionais em buscar assistência qualificada, trazendo outros agravos à saúde.
O CUIDADO À SAÚDE MENTAL DA ENFERMAGEM – QUEM CUIDA DO CUIDADOR? NURSING MENTAL HEALTH CARE - WHO CARES FOR THE CAREGIVER?
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DOI: 10.22533/at.ed.9552113081
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Palavras-chave: Saúde mental; Enfermagem; Cuidado.
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Keywords: Mental Health, Nursing, Care
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Abstract:
Nursing is treated as a potential under constant tension. His main work care is a person who goes through a disease process, an individual committed to physical, psychological and social integrity, that is, in his biopsychosocial. The succession of the health professional's days is permeated by challenges, conflicts and obstacles in the face of each act, of each person who comes across in their professional praxis. Dealing with the suffering of the other, impatient, and in some moments reliving personal moments of suffering, implies identifying with the person who suffers and suffering with them. It is not uncommon for health professionals to often experience conflicts or affective and material difficulties in their family context. Your mental health is not always good, due to the stress of everyday work. Often reaching emotional instability and discomfort. Therefore, a new strategic approach is necessary with regard to the care and perception of mental health of the nursing professional. Mental health is a serious and debilitating current public health problem that afflicts all social classes, as well as the patient, their families, and their social life. Especially when it comes to a caregiver. Nursing provides assistance that leads to a more balanced coexistence with quality of life; therefore being for a long time in the present in people's lives. Justification: The prevalence of Burnout syndrome in this study was high. The data are increasingly worrying, in view of the high prevalence of the syndrome in nursing professionals. It is hoped through this work, to generate greater visibility for the theme, being of paramount importance for nursing professionals to seek the necessary help and for society to pay attention to the care of the caregiver. Objectives: The present study intends to demonstrate that measures, of prevention and promotion of the mental health of the nursing professional, need to be practiced in the work environments in order to avoid future injuries to it. In this way, to make it possible for stressors from the daily work routine to not be carried over into the professional's day-to-day life, causing him to avoid somatic diseases. Methodology: The study is a literature review, regarding the approach to the problem, it has a qualitative aspect. Results and discussions: Bornout syndrome has been identified as a serious public health problem, affecting many health professionals, especially the nursing team. This is due to the long working hours, the environmental conditions, and also, in addition to these factors, the rigid hierarchical structure, the execution of repetitive actions, the limited number of human and material resources, the psycho-emotional exhaustion in the tasks performed and pressure from bosses, co-workers and patients and family members themselves (Becker & Oliveira, 2008; Faria Barboza, & Domingos, 2005). The professional's resistance to seeking care is linked to the social representation of work. Often suffering and mental exhaustion are trivialized, generating resistance in the professional to talk about the subject, since the realization, social status, ego and formation of personal and professional identity, generate a “pressure” so that the professional is always good. We also bring here in this study a possible correlation between self-medication and depression, as well as a detachment and aggravation of problems related to mental health, since for Nursing, the easy manipulation of medication, that is, the easy access to certain behaviors and preconceptions are established favoring the worsening of conditions for the state of psychological decline, aggravated by the lack of time, due to the long period of work and excessive loads, as well as double hours.Final Considerations: It is Nursing, in the fundamental role of nurses, as a link of care, the one who develops actions over periods with the multiprofessional team, where they will act in order to develop the restoration of a patient's biopsychosocial health as well as to involve their family as well. Therefore, the presence of the nurse is expected through the zeal of daily life and through care processes, considered as an agent of the recovery of the cognitive and emotional quality of life, so that all of this occurs in a natural and even imperceptible way, the nurse needs be okay with yourself. Its functions must be fully established with the body hemodynamics. Given the facts presented, prejudice and ignorance about the mental health theme is still observed, which resonates in the resistance of professionals to seek qualified assistance, bringing other health problems.
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Número de páginas: 14
- Lucca da Silva Rufino
- Carina da Silva Ferreira
- Amanda da Silva Marques Ferreira
- Juliana Braga da Costa
- Nilséa Vieira de Pinho
- Alice Damasceno Abreu
- Raísa Rezende de Oliveira
- Quezia Ribeiro de Amorim
- ERIKA LUCI PIRES DE VASCONCELOS