O paradigma universal da proteção radiológica foi proposto e desenvolvido pela Comissão Internacional de Proteção Radiológica, ICRP, www.icrp.org , uma organização não governamental e filantrópica, formada por reconhecidos especialistas nas diversas áreas afins, criada em 1928 no segundo Congresso Internacional de Radiologia em Estocolmo. A criação da ICRP teve como propósito principal contribuir para a proteção do homem e do meio ambiente contra os efeitos adversos da utilização da radiação ionizante, sem, contudo, limitar, sem razão, as ações humanas que pudessem estar associadas a essa exposição e cujo benefício líquido fosse positivo.

O paradigma da ICRP baseia-se nos dados científicos da relação dose versus risco de efeito à saúde, juntamente com doutrinas éticas e valores centrais bastante consistentes. Este sistema de radioproteção universal, proposto pela ICRP, envolve recomendações de princípios, grandezas e unidades para serem aplicados para cada tipo de exposição, com o objetivo de impedir que ocorram efeitos determinísticos (reações indesejáveis do tecido) e reduzir a probabilidade de efeitos estocásticos (câncer). Contudo não elimina juízo de valores e bom senso na sua prática, onde prudência e justiça no uso de recursos são fundamentais.