O CINEMA DE JORGE FURTADO E OS DEVIRES DE UMA SALA DE AULA EM TRANSFORMAÇÃO: A AULA DE GEOGRAFIA COMO COMUNIDADE DE CINEMA
Como todo dispositivo foucaultiano,
a escola está impregnada de curvas e
linhas, como meadas de um novelo e que se
incrementam com equipamentos que enredam
o cinema e a educação. E como emaranharse em suas dobras? No final dos 80, Jorge
Furtado lança “Ilha das Flores”. Trata-se de uma
narrativa documental de uma ficção. A verdade
está no que a imagem oculta, contrapondo-se
à aula que busca na luz da imagem a verdade
dos temas em destaque. Passados onze anos,
Jorge Furtado entrega “O sanduíche”. Uma
narrativa que articula em um único planosequência uma separação de casal, um ensaio
de teatro, uma gravação, casais enamorados
pelo cinema. Tudo ensaiado e pensado para
ser verdade. Este filme pouco é exibido nas
escolas, pois suas imagens não tratam das
verdades a serem universalizadas. A luz do
projetor ofusca o professor e o que sobra é a
realidade da imagem. Mestre e aprendiz estão
em pé de igualdade, ignorantes - o que os une é
a imagem e o som em movimento. Se as linhas
de força que atravessam a escola buscam
linearizar cada vez mais através de uma base
curricular nacionalizada, o entrelaçamento com
o cinema permite novos enunciados, devires e
mutações que escapam a essa linearização.
Assim, planejar a aula como comunidade de
cinema transforma a geografia escolar, ao
permitir que os alunos se apropriem do cinema e
produzam rupturas, fraturas e esburacamentos,
oscilações, dúvidas e incorporações novas
naquilo que antes já era geografia. (Oliveira Jr,
2014).
O CINEMA DE JORGE FURTADO E OS DEVIRES DE UMA SALA DE AULA EM TRANSFORMAÇÃO: A AULA DE GEOGRAFIA COMO COMUNIDADE DE CINEMA
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DOI: 10.22533/at.ed.20019150421
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Palavras-chave: Jorge Furtado; geografia menor; educação
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Keywords: Jorge Furtado; minor geography; education
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Abstract:
As all Foucault Apparatuses,
schools are filled with curves and lines, like a yarn,
and they increase with devices that entangle the
cinema and education. Thus, what to do to get
entwined in its strings? At the end of the 80s,
Jorge Furtado releases “Ilha das Flores”. This
work is a documentary narrative of a fiction. The
truth lies in what the image hides, going against
the lesson that seeks in the image’s lights the
truth of the highlighted subjects. Eleven years
later, Jorge Furtado releases “O Sanduíche”.
A narrative which combines in a single shot
sequence a couple’s breakup, a theatre essay,
a movie shooting and couples in love with the
movies. Everything rehearsed and though-out
to look real. This movie is under-exhibited at
schools because its images don’t deal with truths
which are meant to be universal. The projector
light overshadows the teacher and what remains is the real appearance of the image.
Teacher and student are equal, ignorant – what unites them is the image and the sound
in motion. If the great powers that controls the schools seek to linearize more and more
through a common curricular basis, the relation between education and the cinema
allows new statements, transformations and mutations which escape this linearization.
Therefore, planning classes as a cinema community transforms scholar geography, by
allowing students to appropriate themselves of the cinema and to produce disruptions,
breaks, de-structurings, oscillations, doubts and new incorporations in what was once
geography. (free translation- Oliveira Jr, 2014).
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Número de páginas: 15
- Gilberto de Carvalho Soares