Historicamente, mulheres são

submetidas às condições menos favorecidas na

sociedade, como por exemplo, no mercado de

trabalho. Isso está relacionado ao patriarcado,

que junto com a divisão sexual do trabalho,

constituiu uma relação de poder entre os

gêneros, no qual o homem tende a exercer uma

dominação com a mulher, e contribuiu para que

o “trabalho masculino” seja mais valorizado que

o feminino, em muitos lugares. Atualmente,

esse processo reflete na desigualdade de

gênero no contexto laboral e, mulheres sejam

as principais vítimas de assédio moral no

trabalho nas organizações. O assédio moral

pode ser analisado como toda e qualquer

conduta abusiva que visa desestabilizar

uma pessoa ou grupo moralmente e/ou

psiquicamente, por atos como chantagens,

humilhações, exclusões, provocações e

desqualificações, sendo fundamental ressaltar

que é uma violência contínua caracterizada

como uma perseguição. Muitos assédios

partem de superiores hierárquicos homens,

enquanto as mais vitimadas são as mulheres

em submissão. No entanto, vale ressaltar que

as organizações, no capitalismo financeiro

global, também contribuem diretamente

para a efetivação da violência no trabalho,

uma vez que se encontram cada vez mais

competitivas e pautadas numa ideologia

gerencialista, que dentre suas premissas,

tem a pressão por resultados e a implantação

de novas tecnologias para inovação, além do

fomento ao individualismo e a degradação das

coletividades, o que colabora para que aconteça

o assédio moral. A importância dessa pesquisa

se dá por questões relacionadas à saúde mental

no trabalho e processos organizacionais,

bem como reflexos da inequidade de gênero

social. A realização da pesquisa ocorreu por

um levantamento bibliográfico, utilizando a

psicossociologia. Foi possível reconhecer que

o assédio moral contra a mulher no trabalho

compõe mais uma das formas de discriminação de gênero nesse contexto, bem como que modos de funcionamento (características

citadas das organizações estratégicas) corporativos interferem e favorecem para que

essa violência ocorra.