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O artivismo do grupo Quebrada Queer em perspectiva Sociolinguística

O rap é um estilo musical criado nos estados unidos, entre as décadas de 1980 e 1990, nas comunidades periféricas, marcadas pela presença negra e pelo engajamento social por meio das letras que versam sobre a realidade social. Da mesma forma, ao chegar no Brasil, ainda em 1980, a produção vinculação e divulgação desse estilo musical ganha configurações semelhantes às dos Estados Unidos, uma música de origem negra, com presença predominantemente masculina, de linguagem essencialmente oral, periférica e por isso, marginalizada. Com o passar do tempo, e por refletir acerca da realidade social e suas transformações, o rap ganhou novas ramificações, a exemplo do queer rap, uma vertente do estilo que busca pautar temáticas das vivencias da comunidade LGBTQIAP+ e denunciar artisticamente as mazelas sociais. Isso posto, o presente artigo objetiva apresentar uma reflexão a respeito do queer rap como instrumento de ativismo artístico, ou ainda, o chamado “artivismo”, tendo como corpus de pesquisa a obra fonográfica do grupo Quebrada Queer. Como procedimento metodológico, foram realizadas análises da letra da primeira “cypher” lançadas pelo grupo nas plataformas digitais com finalidade de levantar expressões enunciativas que sugiram na canção discursos de cunho denunciativos, caráter de ativismo e engajamento com a causa desse grupo minorizado por meio da desobediência e dissidência de gênero e sexualidade.  O suporte teórico parte da visão de gênero enquanto condicionadores da linguagem de Bortoni-Ricardo (2004) e Coelho (2017), as proposições de uma educação linguística queer, de Mazarro (2021) e dos teóricos que traçaram considerações sobre o Rap e seu cunho manifestativo, a exemplo de Andrade (2018), entre outros.  A partir dos estudos e da aplicação metodológica de análise verificou-se que o grupo Quebrada Queer, suas composições e discursos denunciam o preconceito contra preconceitos e violências, em especial a homofobia, de maneira engajada com a realidade e de uma forma intersecional, levando em consideração o contexto de produção periférica, marcadores sociais do negro, LGBTQIAP+ enquanto sujeito auto enunciador.
 

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O artivismo do grupo Quebrada Queer em perspectiva Sociolinguística

  • DOI: 10.22533/at.ed.0382322037

  • Palavras-chave: Artivismo. Sociolinguística. Rap. Análise Discurso. Queer

  • Keywords: Artivism. Sociolinguistics. Rap music. Speech Analysi. Queer

  • Abstract:

    Rap is a musical style created in the United States, between the 1980s and 1990s, in peripheral communities, marked by the black presence and social engagement through lyrics that deal with social reality. Likewise, when it arrived in Brazil, still in 1980, the production, linking and dissemination of this musical style gained configurations similar to those of the United States, a music of black origin, with a predominantly male presence, with an essentially oral, peripheral language and, therefore, marginalized. Over time, and by reflecting on social reality and its transformations, rap gained new ramifications, such as queer rap, an aspect of the style that seeks to guide themes of the experiences of the LGBTQIAP+ community and artistically denounce social ills. That said, this article aims to present a reflection on queer rap as an instrument of artistic activism, or even the so-called "artivism", having as research corpus the phonographic work of the Quebrada Queer group. As a methodological procedure, analyzes of the lyrics of the first "cypher" released by the group on digital platforms were carried out in order to raise enunciate expressions that suggest in the song denouncing speeches, activism character and engagement with the cause of this minority group through disobedience. Of gender and sexuality dissent. The theoretical support is based on the view of gender as language conditioners by Bortoni-Ricardo (2004) and Coelho (2017), the propositions of a queer linguistic education, by Mazarro (2021) and the theorists who have outlined considerations about Rap and its imprint. Demonstrative, like Andrade (2018), among others. From the studies and the methodological application of analysis, it was found that the Quebrada Queer group, its compositions and speeches denounce prejudice against prejudice and violence, especially homophobia, in a way that is engaged with reality and in an intersectional way, taking into account considering the context of peripheral production, social markers of the black, LGBTQIAP+ as a self-enunciating subject.
     

  • Renato Sousa Linhares
  • Maria da Guia Taveiro Silva
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