O Agro que não é
A extensa área agricultável do Brasil,
o coloca no topo mundial da cadeia consumidora
de agrotóxicos, contaminando os diferentes
compartimentos ambientais, trabalhadores,
comunidade ao entorno, fauna e flora. O estado
do Rio de Janeiro, mesmo não representando
um percentual considerável na agricultura do
país, segundo dados mais recentes, de 2013
para 2014, aumentou em 47,5% a quantidade
de agrotóxico comercializado. Neste contexto,
o objetivo do trabalho foi apresentar um
panorama sobre as principais culturas e
mensurar a quantidade de agrotóxicos utilizados
no estado do Rio de Janeiro, correlacionandoos
a possíveis agravos à população, devido
aos resíduos de agrotóxicos nos alimentos. Foi
possível constatar que seis culturas agrícolas
do estado, sendo estas: abacaxi, tomate,
alface, laranja, banana e mandioca continham
níveis de agrotóxicos acima do permitido
pela Anvisa, com exceção da mandioca, e
em todas as seis culturas foi constatado a
presença de ingredientes ativos, ou seja,
agrotóxicos não permitidos pela legislação e
que, comprovadamente, possuem elevado
grau de toxicidade aguda, causando problemas
neurológicos, reprodutivos, de desregulação
hormonal e até câncer, necessitando assim de
maior fiscalização dos órgãos competentes. Em
tramitação, no Brasil foi aprovado em 2018, na
Câmara dos deputados, um projeto de lei (PL
6.299/2002), o qual possivelmente originará a
nova lei de agrotóxicos, com mais flexibilidade
na autorização e liberação de agrotóxicos não
permitidos por órgãos internacionais. Devido as
suas características altamente perigosas, estes
produtos geram sérios riscos à saúde humana
e ao ambiente, todavia passíveis de liberação de comercialização, faltando apenas à
lei ter aprovação no senado e sanção presidencial.
O Agro que não é
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DOI: 10.22533/at.ed.36519140819
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Palavras-chave: agrotóxicos, alimentos, rio de janeiro, vigilância, ambiental.
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Keywords: agrochemicals, food, rio de janeiro, surveillance, environmental.
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Abstract:
The extensive agricultural area of Brazil places it at the top of
the agrochemical consuming chain, contaminating the different environmental
compartments, workers, the surrounding community, fauna and flora. The state of
Rio de Janeiro, although not representing a considerable percentage in the country’s
agriculture, according to more recent data, from 2013 to 2014, increased by 47.5%
the amount of agrochemical marketed. In this context, the objective of the work was to
present a panorama about the main crops and to measure the amount of pesticides
used in the state of Rio de Janeiro, correlating them with possible aggravations to the
population, due to pesticide residues in food. It was possible to verify that six agricultural
crops of the state, such as: pineapple, tomato, lettuce, orange, banana and cassava
contained levels of pesticides above Anvisa, with the exception of cassava, and in all
six cultures, active ingredients, ie pesticides that are not allowed by legislation and
which have been proven to have a high degree of acute toxicity, causing neurological,
reproductive, hormonal dysregulation and even cancer problems, thus requiring
greater supervision by the competent organs. A bill was passed in Brazil in 2018,
in the Chamber of Deputies (PL 6.299 / 2002), which possibly will originate the new
agrochemicals law, with more flexibility in the authorization and release of pesticides
not allowed by international bodies . Due to their highly dangerous characteristics,
these products pose serious risks to human health and the environment, although they
may be liberated from commercialization, with only the law having Senate approval and
presidential sanction.
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Número de páginas: 15
- Carlos Vitor de Alencar Carvalho
- Viviane dos Santos Coelho
- Ronaldo Figueiró
- Tatiane Rezende Silva