NOTAS PARA PENSAR A INDÚSTRIA CULTURAL NA ERA DIGITAL
Desde uma perspectiva crítica
inspirada na primeira geração da Escola
de Frankfurt, objetivamos refletir o conceito
de Indústria Cultural hoje. Nosso mote é o
surgimento de tecnologias digitais, a Internet e
redes sociais virtuais que se apresentam como
soluções democráticas para a comunicação
contemporânea. O surgimento de novas mídias
colocaria por terra o conceito adorniano?
Partindo da ideia da Indústria Cultural como
sistema, conforme caracterizaram Adorno e
Horkheimer (1985), defendemos a hipótese de
que, longe de se tornar obsoleto, este conceito
deve ser atualizado a partir do reconhecimento
de que esse sistema é permanentemente
ampliado dentro do campo científico e técnico
da lógica da dominação no capitalismo e suas
formas de produzir-se e reproduzir-se. As
novas tecnologias de comunicação aparecem
como novas extensões do sistema que se
complexifica e amplia, de acordo com as
técnicas mais avançadas disponíveis, dentro de
um processo de permanente busca de controle
e radicalização da administração da sociedade.
Apesar de parecer possibilitar o avanço da
participação democrática na esfera pública,
reconhecê-la como Indústria Cultural nos ajuda
a realizar uma crítica radical e política, a partir
da qual podemos vislumbrar possibilidades de
superação da sociedade capitalista, revelando
seus aspectos ideológicos de produção e
reprodução de si mesma. Não se trata de
considerar a dominação como um estado total
– embora totalitário – e irreversível, mas de
mostrar como ela ocorre, seus mecanismos
objetivos e subjetivos e ideologias, revelando
que é exatamente sua renovação constante a
peça chave para compreender sua necessidade
de atualização para conseguir manter o controle.
NOTAS PARA PENSAR A INDÚSTRIA CULTURAL NA ERA DIGITAL
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DOI: Atena
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Palavras-chave: Indústria Cultural; Novas mídias; Política.
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Keywords: Cultural Industry; New media; Politics.
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Abstract:
From a critical perspective based
on the first generation of the so-called Frankfurt
School, this paper aims to reflect the concept of
Cultural Industry in the present time, and has
as motto the emergence of digital technologies,
the Internet and virtual social networks. From
the idea of Cultural Industry as a system, as
characterized by Adorno and Horkheimer in
“Dialectic of Enlightenment”, we defend the
hypothesis that, far from becoming obsolete, this
concept must be actualized from the amplification
of its system within the Scientific and technical
Filosofar: Aprender e Ensinar Capítulo 13 143
domination logic in capitalism. New communication technologies appear in this way as
new extensions of the system akin to the most advanced techniques available, within a
process of radicalization of the administration of society. Despite it appears to make the
advance of democratic participation in public sphere possible, recognizing it as Cultural
Industry helps us to realize a radical critique, from which we can glimpse possibilities
of overcoming capitalist society, by revealing its ideological aspects of production and
reproduction of itself. It is not, therefore, a question of considering domination as a total
- though totalitarian - and irreversible state, but of showing how it occurs, its objective
and subjective mechanisms and ideologies, revealing that its constant renewal is the
key to understanding its necessity to maintain control.
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Número de páginas: 15
- Deborah Christina Antunes