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MULHERES NA DOCÊNCIA: GRITOS PARA ALÉM DOS MUROS DA ESCOLA

Na contemporaneidade, a mulher é convocada a desempenhar muitas tarefas ao mesmo tempo. Refletir sobre o ser mulher na contemporaneidade significa re-pensar o feminino na relação consigo mesmo, com o outro e com o cenário sociocultural no qual é constituído. Freire (2012), Bruschini (1994), Walsh (2017), Louro (2001) e Ferreira (1998) nos ajudam a pensar as questões mobilizadoras das identidades das mulheres quando no exercício de sua profissão, especialmente na docência. Houve uma necessidade de se romper o silêncio que permeava a história das mulheres. Ignoradas e silenciadas, as mulheres precisaram percorrer um longo caminho para a inserção do mercado de trabalho e para o reconhecimento em seus campos profissionais. É perceptível as circunstâncias de discriminação, opressão e desigualdades que as mulheres ainda precisam enfrentar para garantir seu espaço no mercado de trabalho. A inserção da mulher na docência não aconteceu sem críticas e resistências, embora muitos estereótipos sociais tenham contribuído para que a sala de aula se tornasse seu lugar de pertencimento. A abordagem do trabalho docente feminina ao longo dos anos está dentro da concepção de educação bancária explicada por Freire (2012). A educação bancária acredita que o educador é aquele que sabe, pensa, educa, enquanto os educandos não sabem, não pensam por si próprios e precisam ser disciplinados. Essa concepção não era apenas aplicada aos educandos, meros depositários de conteúdos, também as professoras tinham suas atividades padronizadas e normatizadas pelos dirigentes do sistema educacional e pelo Estado. Walsh (2017) afirma que a sobrevivência física e cultural dos oprimidos e oprimidas está na contestação às injustiças, na rebelião como autoafirmação e na resistência. São os movimentos de transgressão que provocam fissuras no sistema, de onde surgem outras possibilidades. Por isso, o lugar da docência, especialmente para as mulheres, é de desafio, de transgressão e de rebeldia política.

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MULHERES NA DOCÊNCIA: GRITOS PARA ALÉM DOS MUROS DA ESCOLA

  • DOI: 10.22533/at.ed.8352213091

  • Palavras-chave: Identidade feminina; Magistério feminino; Desigualdades de gênero; Transgressão feminina

  • Keywords: Female identity; Female teaching; Gender inequalities; Female transgression

  • Abstract:

    In contemporary times, women are called upon to perform many tasks at the same time. Reflecting on being a woman in contemporary times means rethinking the feminine in the relationship with oneself, with the other and with the sociocultural scenario in which it is constituted. Freire (2012), Bruschini (1994), Walsh (2017), Louro (2001) and Ferreira (1998) help us to think about the mobilizing issues of women's identities when exercising their profession, especially in teaching. There was a need to break the silence that permeated the history of women. Ignored and silenced, women had to go a long way to enter the job market and be recognized in their professional fields. It is noticeable the circumstances of discrimination, oppression and inequalities that women still need to face to guarantee their space in the labor market. The inclusion of women in teaching did not happen without criticism and resistance, although many social stereotypes have contributed to the school becoming their place of belonging. The approach to female teaching work over the years is within the concept of banking education explained by Freire (2012). Banking education believes that the educator is the one who knows, thinks, educates, while the students do not know, do not think for themselves and need to be disciplined. This conception was not only applied to the students, mere depositaries of content, the female teachers also had their activities standardized and regulated by the leaders of the educational system and by the State. Walsh (2017) says that the physical and cultural survival of the oppressed lies in contesting injustices, in rebellion as self-affirmation, and in resistance. It is the movements of transgression that cause cracks in the system, from which other possibilities arise. Therefore, the place of teaching, especially for women, is one of defiance, transgression and political rebellion.

  • Número de páginas: 11

  • Raquel Lima Besnosik
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