MULHERES E BICICLETA: Perspectiva de Gênero na Política Pública de Mobilidade Urbana por Bicicleta de Belo Horizonte
A utilização exagerada dos transportes motorizados tem gerado diferentes malefícios para população, como grandes congestionamentos, maiores gastos públicos e poluição. Dessa forma, tem-se buscado cada vez mais ferramentas possíveis de reverter esse quadro, o que Belo Horizonte também tem feito, criando inclusive um Plano de Mobilidade por bicicletas. Devido a necessidade de isolamento social provocado pela pandemia do Covid-19, o uso da bicicleta para a mobilidade urbana cresceu como alternativa sustentável que garante mobilidade com distanciamento social. Todavia, quando se analisa os padrões de uso por gênero das bicicletas, nas grandes cidades brasileiras, as mulheres representam em média 8% do total dos ciclistas, demonstrando, assim, a presença de uma enorme desigualdade de gênero. Nesse sentido, se o Estado pretende apoiar o uso desse veículo não motorizado, é importante que ele identifique a existência de desigualdade de gênero, e atue para que suas políticas não excluam as mulheres da construção de um projeto de sustentabilidade. A partir disso, o objetivo deste presente trabalho é analisar as políticas de mobilidade por bicicleta em Belo Horizonte por meio de uma perspectiva de gênero. Para isso, realizou-se pesquisa exploratória dos dados referentes ao tema, revisão crítica dos documentos de planejamento de mobilidade por bicicleta e entrevistas semiestruturadas com mulheres ciclistas. Os principais resultados apontam que a questão de gênero não é considerada pela política de mobilidade urbana por bicicleta em Belo Horizonte e que há a demanda, por parte de ativistas de diferentes coletivos de mobilidade urbana por bicicleta de Belo Horizonte de que isso ocorra.
MULHERES E BICICLETA: Perspectiva de Gênero na Política Pública de Mobilidade Urbana por Bicicleta de Belo Horizonte
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DOI: 10.22533/at.ed.65922121220
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Palavras-chave: gênero, mobilidade urbana, bicicleta
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Keywords: Gender, Urban Mobility, Bicycle
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Abstract:
The exaggerated use of motorized transport has generated different harms to the population, such as major congestion, greater public spending and pollution. In this way, more and more possible tools have been sought to reverse this situation, which Belo Horizonte has also done, even creating a Mobility Plan for bicycles. Due to the need for social isolation, caused by the Covid-19 pandemic, the use of bicycles for urban mobility has grown as a sustainable alternative that guarantees mobility with social distance. However, when analyzing the patterns of use of bicycles by gender in large Brazilian cities, women represent on average 8% of all cyclists, thus demonstrating the presence of enormous gender inequality. In this sense, if the State intends to support the use of this non-motorized vehicle, it is important that it identify the existence of gender inequality and act so that its policies do not exclude women from the construction of a sustainability project. Thus, the objective of this present work is to analyze the mobility policies by bicycle in Belo Horizonte through a gender perspective. For this, exploratory research was carried out on the data related to the topic, a critical review of the bicycle mobility planning documents and semi-structured interviews with women cyclists. The main results point out that the gender issue is not considered by the urban mobility policy by bicycle in Belo Horizonte and that there is a demand, by activists from different collectives of urban mobility by bicycle in Belo Horizonte, for this to happen.
Keywords: Gender, Urban Mobility, Bicycle
- Isabella Marilac de Lima Passos